América Latina

Por que o imperialismo não fala da ditadura no Peru?

Pedro Castillo sofreu, em dezembro de 2022, um golpe articulado pelo congresso com apoio do imperialismo. O governo que assumiu, de Dina Boluarte, reprimiu duramente o povo

Desde o final da década de 1960, o Peru vem enfrentando influência e intervenção das potências imperialistas. Mais recentemente, o então presidente Pedro Castillo sofreu, em dezembro de 2022, um golpe articulado pelo congresso com apoio do imperialismo.

Sob o pretexto de corrupção, e após 2 tentativas fracassadas pelo congresso, Castillo foi deposto sob condições irregulares e sem direito à ampla defesa, e atualmente se encontra como preso político em seu país. Em uma manobra entre o imperialismo e as oligarquias peruanas, assumiu a vice-presidente, Dina Boluarte. Embora tenha se declarado no passado aliada de Castillo, e com um verniz progressista, a primeira mulher presidenta do Peru tem se demonstrado inimiga da população e com grande inclinação autoritária e repressora.

Após o golpe, diversas manifestações se inflamaram pelo país, principalmente em Lima e nas regiões andinas do sul. O governo policialesco tem reprimido com violência os protestos, resultando em mais de 50 mortos e cerca de mil feridos. Após reconhecimento da própria ONU pela repressão violenta do estado contra a população, no início de janeiro o Ministério Público abriu investigação contra Boluarte por “genocídio, homicídio qualificado e lesões graves”.

De origem pobre e indígena, e com atuação sindical, Castillo representou a possibilidade da política atender reivindicações populares, em um contexto de grande desigualdade social, ao contrário do que as oligarquias vinham experimentando após décadas de regimes autoritários pró-imperialistas. Este já seria motivo suficiente para oligarquias, potências internacionais e parlamentares de direita arquitetarem um golpe para tirar Castillo do poder. No entanto, outro aspecto de igual importância se destaca nesse contexto. A Constituição criada durante o governo de Alberto Fujimori na década de 1990 permitiu a assinatura de contratos em que empresas multinacionais explorassem os recursos naturais do Peru com grandes vantagens e pouquíssimas contrapartidas, diminuindo drasticamente o controle de estatais sobre os recursos naturais do país.

Tendo em vista que o prazo de 30 anos de término para a maioria dos contratos dessas multinacionais está se encerrando, o golpe representou uma grande aliança para manter ou mesmo aumentar os benefícios dados a essas grandes empresas internacionais, comandadas pelas oligarquias locais desde a embaixada estadunidense. A prisão política de Castillo é mais um dos grandes exemplos na América do Sul de golpe articulado pelos interesses econômicos do imperialismo e da burguesia entreguista nacional. A violência contra a população do governo golpista do Peru é uma medida extrema  para manter a exploração pelo imperialismo.

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