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China

Por que o Estadão tem medo da Rota da Seda?

Na mesma semana que Rui Costa Pimenta contará tudo sobre sua visita à China, Estadão publica editorial para atacar a aliança do Brasil com o país asiático

A Nova Rota da Sede é como a China chama o seu projeto de criação de infraestrutura e comércio em grande parte do mundo para que a economia chinesa, que cresce muito rapidamente, possa expandir também internacionalmente. O imperialismo faz de tudo para mostrar que a China é terrível, mas não convence ninguém. Até o Estadão começou a fazer campanha em seu Editorial: “O papel do Brasil na Rota da Seda”. Coincidentemente Rui Costa Pimenta acabou de voltar da China para ver a Rota da Seda e contará tudo em um programa especial na quinta-feira (26).

O Estadão afirma: “eventual adesão pode até parecer bom negócio, mas é preciso ponderar se isso é realmente necessário e se o custo geopolítico de um alinhamento desse tipo com a China não será alto demais”. Não fica claro pela colocação se seria negativo para o Brasil os negócios com a China ou se o jornal simplesmente está ameaçando o governo Lula por seu “alinhamento geopolítico”. Mas a campanha contra os chineses se torna cada vez maior.

O texto coloca: “no ano em que a retomada das relações diplomáticas entre Brasil e China completa 50 anos, o gigante asiático vem intensificando sua ofensiva para que o Brasil se associe à Iniciativa Cinturão e Rota, mais conhecida como Nova Rota da Seda. É provável que os esforços chineses atinjam um ápice em novembro, quando o presidente Xi Jinping virá ao País para a reunião de cúpula do G-20, no Rio, e também para uma visita de Estado. O sucesso de uma eventual entrada do Brasil na Rota da Seda será medido muito mais pelo que o País conseguir obter em termos qualitativos que em termos quantitativos, uma vez que a China já investe fortemente no Brasil – US$ 1,73 bilhão em 2023, 33% a mais que em 2022, de acordo com o Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC)”.

É interessante que a China do ponto de vista dos reacionários editores do jornal está em uma “ofensiva” para que o Brasil se associe. Como se houvesse uma coerção nesse negócio. O grande ponto da Nova Rota da Seda, que faz dela tão atraente, é o fato dela existir com base em acordos entre dois países e não como os “negócios” do imperialismo. Vale a pena citar alguns casos.

No Níger, o tradicional “parceiro” do país era a França. O que eles faziam na sua “antiga” colônia? Controlava todas as minas de urânia comprando o minério a preço de banana, em troca o Níger ganhava nada. O que fez a China quando chegou ao Níger? Construiu uma hidrelétrica. A maior parte da população não tinha acesso à eletricidade, quando a obra se completar milhões se beneficiarão. O imperialismo constrói hidrelétricas em algum país do mundo? Não. Os chineses estão fazendo isso em vários. E isso porque a hidrelétrica é uma das obras mais complexas.

No Brasil o que querem fazer os chineses? Construir uma grande estrada que ligue o sudeste brasileiro ao Peru. Qual foi a última vez que uma grande obra desse porte foi realizada no país? Na década de 1970. A “perigosa ofensiva chinesa” é muito atraente para todos os países do mundo. É justamente por isso que tanto cresce essa Nova Rota da Seda.

A viagem de Rui à China

A direção do Partido da Causa Operária (PCO) realizou uma visita de 10 dias à China, onde visitaram cerca de 30 locais em quatro cidades. Durante a viagem, a delegação observou o dinamismo econômico e o desenvolvimento tecnológico chinês, com cidades bem cuidadas e indústrias avançadas. Eles destacaram a ausência de miséria nas áreas visitadas, contrastando essa realidade com a do Brasil.

A delegação discutiu temas como a Iniciativa do Cinturão e Rota e o investimento chinês de 50 bilhões de dólares na África, contrastando com a exploração imperialista no continente. O sistema político da China foi descrito como complexo, mantendo um regime de partido único e, ao mesmo tempo, oferecendo espaço para maior participação sindical. A delegação também destacou o alto padrão tecnológico chinês, com fábricas automatizadas e uma infraestrutura digital avançada. Embora a internet seja controlada, o uso de VPNs é comum, e o país equilibra controle e liberdade digital para se proteger de influências externas.

Na quinta-feira (26), Rui Costa Pimenta apresentará um balanço de sua visita à China, onde esteve por mais de duas semanas. Convidado para participar de alguns eventos no país asiático, Pimenta deixou o Brasil no final de agosto.

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