Para milhões de crianças brasileiras, o fim do ano não será uma época de festa, mas um momento de angústia, fome e desespero. Em um Brasil marcado pela destruição das condições de vida, a política econômica adotada pelo Banco Central (BC), agora sob a presidência de Gabriel Galípolo, está criando um cenário em que as famílias terão ainda menos recursos para garantir o básico, como alimentos, para suas crianças.
Gabriel Galípolo, atual presidente do Banco Central, faz parte de uma continuidade das políticas de juros elevados que marcaram a gestão de Roberto Campos Neto, seu antecessor. Mesmo indicado por Lula para o cargo, o novo presidente do BC defende a mesma política de manter as altas taxas de juros em nome do combate à inflação.
Em um cenário no qual o Brasil já enfrenta uma alta desigualdade social, as taxas de juros elevadas têm um impacto direto sobre o poder de compra da população. O crédito se torna mais caro, a dívida das famílias aumenta e os preços dos alimentos, uma das principais preocupações da população de baixa renda, seguem em alta.
O Brasil, um país de dimensões continentais, sofre com um problema crônico de fome. Milhões de crianças não têm acesso adequado à alimentação, o que gera consequências devastadoras para seu desenvolvimento físico e cognitivo. Dados do IBGE e da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (Rede PENSSAN) revelam que, em 2023, cerca de 33 milhões de brasileiros passam fome, e as crianças representam uma parte significativa dessa triste estatística.
A inflação dos alimentos é um dos principais fatores que agravam a fome no país. A alta nos preços dos alimentos básicos, como arroz, feijão, carne e leite, tornou-se uma realidade insustentável para muitas famílias. E, para aquelas que já viviam com um orçamento apertado, a situação se torna ainda mais grave com a manutenção das altas taxas de juros. Com o aumento do custo de vida, a classe trabalhadora se vê forçada a cortar despesas essenciais, e a alimentação das crianças acaba sendo uma das maiores vítimas dessa equação.
A escolha de Gabriel Galípolo para a presidência do Banco Central levanta uma questão fundamental: por que Lula escolheu alguém que segue a mesma política econômica de Roberto Campos Neto. O Comitê de Política Monetária (Copom), do qual Galípolo já era parte, tem sido responsável por taxas de juros verdadeiramente abusivas.
A nomeação de Galípolo e a continuidade das políticas monetárias do governo anterior indicam que Lula está cedendo às pressões do capital financeiro. O problema é que essa estratégia de manter juros altos para controlar a inflação acaba sabotando a própria política econômica de Lula. Enquanto o governo tenta implementar programas sociais e projetos de combate à desigualdade, a política do Banco Central vai na direção oposta, criando ainda mais miséria.