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Camilo Duarte

Militante do PCO e colunista do Diário Causa Operária. É formado em Física pela UFPB.

Coluna

Política burocrática não conquista nada aos trabalhadores

Rumos da greve na Educação de 2024

Após mais de 100 dias de greve, a burocracia sindical e governo pressionam para o encerramento da greve. Após um esforço gigantesco para conter os trabalhadores, desviando sua energia, a burocracia que enfraqueceu a mobilização tenta desesperadamente fazer com que os trabalhadores aceitem o acordo proposto pelo governo.

Nossa realidade é simples, o governo Lula é refém da burguesia, e os trabalhadores da educação estão reféns da burocracia. Neste cenário de 0% para os trabalhadores e bilhões para os capitalistas, apenas os banqueiros ganham, impondo ao Estado uma política de sucateamento e privatização do ensino publico, 

A greve precisar prejudicar as atividades

Em uma greve sem parar as atividades, a categoria não tem pode de negociação para ter as atividades atendidas. É algo elementar, mas a maioria dos dirigentes atuais ignoram essa realidade.

Mesmo havendo um grande apoio a greve, com adesão massiva da categoria, essas direções não enfrentaram o Estado, e permitiram a continuidade das atividades. Esse é um dos fatores que explicar a relevante diferença de resultados obtidos das campanhas de docentes com maior poder de paralisação e técnicos.

Unidade para ação

Nossa força advém dos nossos números, da nossa unidade e principalmente da mobilização. Infelizmente, unidade e mobilização são práticas poucos comuns a burocracia sindical.

Na política não existe a preferência de formas predeterminadas, tudo depende das condições objetivas. Nas condições atuais, onde os interesses da maioria da burocracia sindical destoar entre se, e dos interesses da base, o modelo de gestão colegiada, atual da FASUBRA, seguido pelo SINTESPB, que já foi um elemento de unidade, tornasse um empecilho ao funcionamento das entidades.

A quase totalidade da burocracia deseja apenas se atrelar ao Estado, para alguns a maior pretensão é defender exclusivamente o governo, enquanto a outros apenas o atacar seguindo a campanha da direita, os priorizam os interesses das bases, nesse momento, são exceções.

Desgaste do movimento grevista

Com uma oposição constante e tempo qualquer muralha vai a ruinar, não sendo diferente com o movimento paredista. No empate de resistência ganhar aquele com menor consumo e maior reposição.

Após mais de 100 dias de greve, sob orientação da burocracia, os trabalhadores tiveram o fundo de greve de suas entidades exaurido, total ou parcialmente, sem obter ganho significativos na campanha. Sob a política de não enfrentamento com o Estado, sem uma campanha política de defesa da greve e ocupação dos órgãos públicos, os trabalhadores adentram numa disputa de resistência onde apenas um lado, o dos trabalhadores, é esgotado física e mentalmente.

A burocracia esta correta quando afirmar que o movimento está desgastado, mas é desonesta não assumindo sua culpa pelo mesmo. Foi a política da burocracia que dificulta a reposição do movimento paredistas afastando os trabalhadores do movimento, e foi essa mesma burocracia que diminuiu o desgasto do Estado não frear a radicalização do movimento.

Ponto de inflexão

A cada momento o leque de possibilidade se estreita, ha esta altura da greve as possibilidades tendem a derrota. Derrota está agravada devido sua promoção pela burocracia.

Essa derrota pode ser parcial aceitando o acordo e recebendo os trocados, com atendimento total ou parcial de algumas reivindicações, mas sem aumento em 2024. A derrota ainda pode ser dar na totalidade, por meio da rejeição do acordo, sem mobilização da categoria e assim conseguente força para angariar condições melhores.

Há única possibilidade de vitória seria mediante uma mobilização massiva que paralisasse essa parte do funcionamento do Estado, forçando o governo a melhorar sua oferta. A questão é que a mesma burocracia que freou e cansou o movimento esta a frente da maioria de suas entidades, impedindo essa mobilização.

O governo Lula

Inicialmente, mesmo antes da greve, o governo Lula teve uma conduta democrática com a categoria, estabelecendo messas de negociação permanente, concedendo 9% 2023. A questão é que após sofre uma série de derrotas para a burguesia, impostas pelos seus aliados, como Tebet e Hadad, o governo suprimiu o orçamento para os trabalhadores.

A posição de Lula não é de mobilizar para enfrentar a burguesia ou rompe suas alianças estranhas, que lhe impuseram derrotas como a votação da taxa Selic no Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, mas apertar o cinto do trabalhador que lhe concedeu esse último mandato.

Os banqueiros ficam com mais da metade do orçamento publico federal, nossa economia agoniza nas mãos dos monopólios imperialistas, que sugam todo o excedente, deixando migalhas aos trabalhadores. Essa é a questão central na política brasileira, que foi alvo de queixas do Lula após suas últimas derrotas, infelizmente essas queixas ainda não se refletiram devidamente em sua política.

Essa política do PT de capitulação perante a burguesia, favorecer o retorno da extrema-direita, colocando-se na contramão do imposto pela realidade. Assim como o golpe de 2016 no governo do PT, foi um golpe em toda população, essa política de capitulação não apenas favorecer a extrema-direita, como arrasta toda a esquerda ao abismo.

Lições.

Preleção da greve de 2024

Independente do resultado da campanha, a grande lição desta greve é que com a política dessas burocracias nas direções das entidades os trabalhadores não irão ganha mais nada. Os resultados ocasionados pela burocracia foram insuficientes, seja na mobilização paredistas, que ocorreu independente destes, seja no enfrentamento com o Estado, que basicamente não ocorreu, seja na negociação com o governo, aqui a sua eficiência não foi pior devido à fragilidade dos negociadores estatais.

Essas direções mantiveram na greve a mesma prática do seu cotidiano, promovendo mais danos que benefícios aos trabalhadores. Para terem seus interesses atendidos contento cabe aos trabalhadores súpera esse entrave político e reorganizar o suas entidades.

* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário

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