No dia 5 de março a polícia prendeu o dirigente camponês Paulo Sérgio Costa de Araújo, uma das lideranças da Comunidade Marielle Franco. Ele foi acusado de integrar uma “organização criminosa”, após denunciar torturas contra os camponeses e apontar ligações da polícia civil e militar com o latifundiário Sidnei Sanches Zamora. Ele vem atacando cada vez mais os trabalhadores rurais da região.
Em determinado momento as lideranças da comunidade foram sequestrados e torturados. Paulo Sergio fez as denúncias e por isso se tornou um alvo. Poucos dias após o ataque, Paulo foi preso por determinação do juiz Danny Rodrigues Moraes, da 1ª Vara da Comarca de Lábrea.
No texto da decisão judicial que levou à prisão do trabalhador, o juiz chegou a afirmar, para justificar o caráter de urgência da prisão que: “(…) Paulo não só se prepara para a invasão dos postos da fazenda, como também na possibilidade de que se haja uma eventual chacina contra os funcionários desta. (…) Paulo Sérgio é conhecido por ser ‘peitudo’, ‘perigoso’ e que ‘teria coragem de mamar em onça e deixar os fatos [sic] com fome”.
O julgamento farsa mostra que o judiciário e a polícia são agentes a serviço do latifúndio nas zonas rurais do Brasil. A luta pela terra, portanto, só pode ser vitoriosa de fato com o fim do latifúndio, que domina o Estado nessas áreas.
De imediato é preciso defender o armamento de toda a população rural brasileira para que possa ter a capacidade de se defender dos ataques dos latifundiários.