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Argentina

Polícia reprime manifestantes durante aprovação de novos ataques

Medidas representam mais um avanço do governo em sua tentativa de fechar cada vez mais o regime para impor medidas neoliberais cada vez mais duras contra a população

Na noite da última quarta-feira (12), o Senado da Argentina aprovou o pacote de leis de destruição neoliberal criado pelo governo Milei. As medidas prevem, dentre outras coisas, uma reforma trabalhista, a declaração de emergência financeiras, econômicas e administrativas e a privatização de uma série de empresas argentinas. Além disso, garante a Milei poderes especiais que transforma seu governo, na prática, em um governo por decreto.

O texto foi aprovado após um empate de 36 votos a favor e 36 contrários. Victoria Villarruel, vice-presidente do Senado, deu seu voto de Minerva, e aprovou o pacote.

“Para aqueles argentinos que sofrem, que esperam que uma situação que se perpetuou na dor por muitos anos seja mudada, que não querem ver seus filhos deixarem o país e que merecem o orgulho de serem argentinos: meu voto é afirmativo”, afirmou Villarruel em seu voto.

Agora, o projeto terá que voltar à Câmara dos Deputados para que ela ratifique as mudanças feitas. Na manhã de quinta-feira (13), o Senado também aprovou um pacote fiscal de Milei.

Para que a lei fosse aprovada, o governo fez algumas concessões aos parlamentares. Com as mudanças, a privatização da Aerolíneas Argentinas, do Correo Argentino e da Televisión Argentina não estão mais previstas no pacote de leis. Porém, empresas como a Aguas y Saneamientos Argentinos, que fornece água à população, e a Corredores Viales, que mantém as estradas do país, continuam no plano de privatizações.

Com a vitória, o governo Milei emitiu o seguinte comunicado:

“Partindo de 38 deputados e 7 senadores, com grupos terroristas atacando o Congresso, tendo que mobilizar as Forças de Segurança em defesa da democracia, com a casta política resistindo e operando até o último momento, e tendo que recorrer ao desempate da vice-presidente da nação, Victoria Villarruel, esta noite é um triunfo para o povo argentino e o primeiro passo para a recuperação da nossa grandeza.”

Do lado de fora do Congresso, manifestantes se reuniram para protestar contra a aprovação da lei neoliberal de Milei. A polícia reprimiu duramente aqueles que estavam participando do ato, utilizando um caminhão d’água, motos, gás lacrimogêneo e balas de borracha para atacar os argentinos.

Os manifestantes reagiram e, se radicalizando cada vez mais, incendiaram carros e lixeiras. Vídeos também mostram a população jogando garrafas, pedras e coquetéis molotov contra as forças de repressão argentinas. A polícia prendeu pelo menos 18 pessoas.

O governo Milei, defendendo a sua política fascista, chamou os manifestantes de “grupos terroristas”:

“A Presidência da República parabeniza as Forças de Segurança pela excelente atuação na repressão aos grupos terroristas que, com paus, pedras e até granadas tentaram perpetrar um golpe de Estado, atacando o normal funcionamento do Congresso Nacional argentino”, escreveu o gabinete do presidente em sua conta oficial no X (antigo Twitter).

A aprovação do projeto em questão representa mais um avanço do governo Milei em sua tentativa de fechar cada vez mais o regime para impor medidas neoliberais cada vez mais duras contra a população. É por isso que precisa utilizar a polícia desta forma, pois precisa reprimir violentamente a população para impedir que ela derrote este projeto de destruição.

Tanto é que, diante da vitória, o “mercado”, ou seja, a burguesia imperialista ligada ao capital financeiro, reagiu de maneira positiva, fazendo o preço do dólar cair e o valor de títulos e ações subir.

Enquanto isso, o regime continua entregando o que pode para o capital financeiro, Antes da aprovação do projeto no Senado, Luis Caputo, ministro da Economia da Argentina, anunciou que o governo vai negociar um novo acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Com isso, o país ficará com uma dívida ainda maior com uma das principais instituições imperialistas do mundo, a qual obriga aqueles que devem a ela a aplicarem uma política econômica neoliberal dura.

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