No último domingo (23), Muslim Abuumar, palestino que mora na Malásia, foi deportado após ação movida pela Polícia Federal. Abuumar e sua família foram detidos assim que desembarcaram no Aeroporto de Guarulhos, ainda na sexta-feira (21), pela PF. Segundo relata o palestino e sua defesa, os agentes da corporação fizeram perguntas a ele implicando que teria relação com o Movimento de Resistência Islâmica, o Hamas.
Inicialmente, a Justiça Federal de São Paulo havia negado o pedido de deportação da Polícia Federal, afirmando que esta não possuia provas suficientes para o acusar de ser ligado à organização que, para a PF, é “terrorista”.
Entretanto, tudo mudou quando o FBI apresentou à corporação brasileira uma lista do Departamento de Estado dos Estados Unidos que enquadra Abuumar como sendo, também, um “terrorista”. A juíza, diante desta nova “prova”, autorizou a deportação do palestino, mesmo sem haver uma acusação concreta.
É um verdadeiro escândalo. Tanto a Polícia Federal quanto a juíza, enquanto representante da Justiça Federal, atuaram como cadelas do FBI e do Mossad. Trata-se de uma medida completamente ilegal, um ataque a soberania nacional, baseada em determinações que vêm de fora, do imperialismo.
Mais do que isso, a deportação de Abuumar é uma violação da lei e das determinações do governo brasileiro. Afinal, o Brasil, assim como a Organização das Nações Unidas (ONU), não reconhece o Hamas como uma organização terrorista.
Os agentes da Polícia Federal, portanto, atuaram com base na lei norte-americana, mostrando como a PF está sob o controle de forças estrangeiras. Finalmente, fica claro que o FBI e outras organizações de inteligência imperialistas possuem mais poder sobre a Polícia Federal do que o próprio governo brasileiro.
E esta não é a primeira vez que algo do tipo acontece. No final de 2023, a Polícia Federal perseguiu brasileiros os acusando de fazer parte do Hesbolá, o partido mais popular do Líbano. Eles chegaram a ser detidos, e o pretexto utilizado pela PF foi justamente o de que eles eram “terroristas”.
Este é o segundo caso mais recente que mostra que essa corporação, cujo diretor-geral, Andrei Augusto Passos Rodrigues, foi apontado pelo próprio governo Lula, age conforme interesses escusos. Interesses de outro país que não o Brasil, mais especificamente, interesses dos responsáveis por cometer, na Faixa de Gaza, uma das maiores monstruosidades já vistos na história.
Lula, bem como toda a esquerda, precisam se posicionar sobre a conduta da Polícia Federal, que atua como empregada dos Estados Unidos e do Mossad, em uma evidente afronta à soberania nacional. Nesse sentido, o senhor Andrei Rodrigues deveria ser, no mínimo, exonerado por atentar contra o Brasil.
Se for para continuar assim, é melhor que o governo federal crie um gabinete para cada uma das agências de espionagem imperialistas no Ministério da Justiça. Assim, pelo menos já se sabe o que esperar.