Trabalhadores sem terra da cidade de Marabá no Pará foram atacados pela polícia civil da Delegacia de Conflitos Agrários na última sexta-feira (11).
Os trabalhadores faziam parte do acampamento da Associação Rural Terra Prometida que ocupa uma área em disputa na fazenda Mutamba, de propriedade da criminosa família Mutran, cujo nome se encontra na lista suja do trabalho escravo no país.
Os meliantes da delegacia de polícia civil que assassinaram dois trabalhadores, um deles enquanto dormia na rede, e prenderam outros quatro depois de torturá-los por horas, cinicamente alegaram que houve um confronto.
“Os trabalhadores não morreram em confronto, essa versão é inventada”. “Não existe confronto quando a pessoa está dormindo e é surpreendida por rajada de bala. A tese do confronto é mentirosa, é para criminalizar os trabalhadores”, disse Polly Soares da direção estadual do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), uma das entidades que oferece suporte para os trabalhadores.
Polly, que esteve no acampamento no sábado (12), disse ainda que o acampamento continua sofrendo intimidação da polícia.
“As famílias estão lá, sofrendo violência e intimidação todos os dias”. “A gente presenciou o voo rasante do helicóptero, com policiais dentro apontando armas”, denunciou a dirigente do MST.
Além do MST, a Comissão Pastoral da Terra (CPT) e outras entidades também estiveram no local na última segunda-feira (14) e depois de ouvir o relato dos moradores do acampamento elaboraram uma nota na qual contam os detalhes do que aconteceu.
Segundo a nota, por volta de 16 trabalhadores dormiam e dois preparavam o café em um barracão coletivo quando, por volta das 4h da manhã de sexta (11), foram surpreendidos por policiais gritando “perdeu, perdeu” e atirando. “No desespero e na escuridão cada um tentou escapar como pôde dos tiros. O resultado foram dois mortos, vários feridos a bala e quatro presos”.
Situações como a que ocorre em Marabá mostram claramente a importância de dar à população o direito de se armar e consequentemente de se defender. Também demonstra que é preciso exigir o fim de todas as polícias, pois são todas elas inimigas dos trabalhadores. Além disso, é preciso fazer a reforma agrária e entregar a terra para quem nela trabalha.