Segundo um levantamento da Rede de Observatórios da Segurança, divulgado na última quinta-feira (7), uma pessoa negra foi assassinada pela polícia a cada quatro horas em nove estados do Brasil em 2023. O estudo ainda afirma que de todas as pessoas assassinadas pela polícia, os negros representam quase 90%.
A informação, embora parcial, pois analisa apenas 9 dos 26 estados brasileiros, revela, em números, o tamanho da perseguição ao negro em um dos países com a maior população negra na América Latina.
Enquanto as ONGs financiadas pelo imperialismo chamam isso de racismo estrutural; os marxistas chamam de opressão dos trabalhadores por parte da burguesia. O principal órgão responsável pela opressão do povo negro é a polícia militar, que, de modo geral, tem a função de conter qualquer manifestação política da população e, especificamente, de eliminar parcelas da população que se levantam contra o regime.
De acordo com o levantamento, apenas em 2023, a polícia assassinou 4.025 pessoas, mas em 856 casos, não houve registro de raça e cor. Do total dos casos, 2.782 negros foram assassinados, representando 87,8% dos casos com registro. Além disso, 69,5% dos assassinados pela polícia tinham entre 12 e 29 anos.
É preciso levar em conta que esses números são fornecidos pelas secretarias de segurança pública dos estados, e essas são comandadas, em sua maioria, por policiais da reserva ou pessoas com relação estreita com o aparato de repressão. Conclui-se, portanto, que os dados estão incompletos e distorcidos.