Na quinta-feira (8), no município de Porto Velho, Rondônia, a Polícia Militar e Polícia Ambiental de Rondônia invadiram o Acampamento Terra Santa, onde vivem 80 famílias de pequenos agricultores. Os policiais estavam encapuzados e ameaçaram de voltar a noite com mais violência, caso os sem teto não saíssem da área até as 18 horas. Eles também roubaram um trator que estava reavivando as estradas.
Segundo relatos da Comissão Pastoral da Terra, a violenta operação policial na ocupação Terra Santa, aconteceu depois das 14 horas, quando chegaram duas viaturas da PM Ambiental, e outras duas viaturas pretas da COE. Outras duas viaturas brancas descaracterizadas da PM Militar foram vistas nas proximidades. Sem presença de oficial de justiça, nem ordem judicial, os policiais estavam muitos deles encapuzados, sem identificação, negando-se a se identificar.
Os policiais roubaram não só o trator, mas também ferramentas de trabalho, como foices e facões, e uma espingarda de pressão. Eles também tomaram os celulares e apagaram os registros da abordagem, impedindo os trabalhadores de gravar a truculência. Os policiais adentraram em todas as casas, revirando e jogando no chão todos os pertences e objetos no chão, que também foram pisados. Uma senhora teve sua bolsa com todos os seus pertences recolhida pelos policiais, que depois foi encontrada abandonada pelo caminho.
Os polícias ainda iriam queimar um trator, mas o ato foi impedido com a chegada de um advogado ao assentamento. O trator que reaviva as estradas havia sido permitido pela Secretaria Municipal de Agricultura de Porto Velho, mesmo assim foi roubado pelos PMs. A operação foi tão fascista que os polícias ameaçaram chamar o conselho tutelar para levar embora as crianças. No dia seguinte (9), as famílias avistaram um VANT (drone) sobrevoando a também seis viaturas de policiais cercando o assentamento.
Essa é a política dos latifundiários em todas as áreas rurais do Brasil. Os policiais são usados como seus agentes para aterrorizar e às vezes até mesmo assassinar os sem terra. Diante dessa ofensiva fascista é preciso traçar uma política para a esquerda no campo. É preciso defender o direito ao armamento e o próprio armamento dos trabalhadores do campo, apenas as comunidades organizando comitês de autodefesa pode resistir as investidas do latifúndio. Além disso, a luta pela reforma agrária real deve ter sempre como objetivo final o fim de todo o latifúndio no Brasil. Só assim a população do campo realmente terá seus direitos respeitados.