Na última sexta-feira (18) policiais militares do Estado de São Paulo, em serviço, invadiram um velório em Bauru, interior de São Paulo e agrediram violentamente os presentes, incluído os familiares de luto, particularmente a mãe e o irmão do velado. Na ocasião, o irmão do jovem velado foi, além de brutalmente agredido, preso por desacato. As cenas de horror foram registradas pelos presente e compartilhadas nas redes sociais, denunciando a barbárie policial.
O caso torna-se ainda mais cruel, o jovem velado, Guilherme Alves Marques de Oliveira, de apenas 18 anos, cuja mãe e o irmão foram agredidos violentamente pela PM em seu próprio velório, foi assassinado pela PM no dia anterior com três tiros de fuzil. Os presentes denunciaram que no momento do velório, um carro da PM chegou ao local, ainda segundo os presentes, um dos PMs teria dito “o sistema venceu”, uma provocação fascista ante o luto daqueles que perderam um familiar ou amigo. A ação da PM revoltou os presentes que reagiram a brutal agressão, quando um dos PMs afirmou: “duvida eu entrar aí” e, após chamar reforço, entram e passaram a agredir todos.
Guilherme, jovem negro, foi brutalmente assassinado por policiais do 13º Batalhão de Ações Especiais de Polícia (BAEP). Segundo o relato unilateral dos policiais, um trio estava realizando uma operação na Comunidade do Jardim Vitória e resolveram patrulhar numa área de pasto a pé. Ali, teriam ouvido uma “movimentação suspeita” como se fossem pessoas caminhando na mata. Seguindo o roteiro da PM, os policiais afirmaram que quando lançaram luz sobre a região foram alvos de disparos e reagiram com tiros de fuzil, assassinando duas pessoas. Há relatos de que os PMs ainda negaram socorro. Os PMs só posteriormente, contrariando a forma legal e interferindo na cena do crime, apresentaram as supostas armas e drogas.
A família contesta a versão policial, afirmando que Guilherme jamais teve nenhum envolvimento com crime. Após os assassinatos, a população realizou um protesto, reprimido violentamente pela PM. Após toda essa violência, a polícia ainda foi ao velório daquele que assassinou para provocar e impor maior dor e medo aos familiares e a toda a comunidade.
Ante a repercussão negativa, o PM que foi ao velório e agrediu os familiares da vítima foi afastado do cargo para investigação. O fato, contudo, mostra mais uma vez o grau de perversidade da ditadura que a PM exerce contra a população negra e pobre.