Quando escutei Pierrot Lunaire pela primeira vez, eu pirei o coco. Não imaginava que era possível fazer música desse jeito. Não conseguia saber se a soprano estava cantando ou declamando um poema. A peça tinha uma estranha beleza que eu não conseguia explicar. Com o tempo, fui me acostumando com as melodias “distorcidas” e com os arranjos inesperados. Logo depois, fiquei sabendo que se tratava de música dodecafônica, um método de organização das 12 notas musicais criado por Schoenberg como alternativa ao tonalismo. A teoria é complicada pra dedéu, mas o resultado é espantoso e surpreendente.