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Bancários

Piada do ano: presidente do Bradesco defende o pleno emprego

Nos últimos sete anos, foram demitido 22.571 bancários do Bradesco, ou seja, uma média de 13 por dia

Marcelo de Araújo Noronha, que substituiu Octavio de Lazari Júnior na presidência do segundo maior banco privado do país, o Bradesco, saiu com uma verdadeira pérola ao afirmar, em entrevista à GloboNews, que “o desemprego caiu, estamos numa situação de quase pleno emprego. Outra variável é a renda, que vem crescendo de forma extraordinária” (GloboNews, 01/11/2024).

Não vamos aqui entrar nos detalhes dos índices oficiais sobre emprego no Brasil; como todo mundo sabe, são índices que não levam em conta diversos indicadores, números esses que abrangem dezenas de milhões de trabalhadores, como aqueles que não têm carteira de trabalho assinada; os que se encontram na informalidade; ou mesmo aqueles trabalhadores que estão à procura de emprego há mais de um ano e aqueles que deixaram de procurar emprego. Vamos, sim, falar da completa demagogia e da cara de pau de um grande banqueiro fazer referência ao desemprego e à valorização da renda, quando os banqueiros, em particular o Bradesco, são grandes responsáveis pelo aumento do desemprego no país e pelo achatamento salarial dos trabalhadores bancários.

Devido às famigeradas reestruturações implementadas pelos banqueiros, o Bradesco, somente entre os anos de 2019 e 2023, fechou 1.783 agências e 703 postos de atendimento. Nos últimos cinco anos, já são 2.486 unidades fechadas em todo o país. O número de trabalhadores jogados na rua é uma verdadeira hecatombe para a classe trabalhadora. Nos últimos sete anos, foram 22.571 demissões, ou seja, uma média de 13 por dia. Se multiplicarmos por quatro (média de pessoas na família dos demitidos), teremos mais de noventa mil pessoas atingidas pela política desses verdadeiros vampiros, que vivem às custas de sugar o sangue dos trabalhadores e de toda a população.

Além das demissões, Noronha exalta, em sua entrevista, que a renda do trabalhador vem crescendo de forma extraordinária. Que o digam os bancários do Bradesco!

O salário de ingresso no banco não chega a 3 mil reais; são exatos R$2.916,30, uma verdadeira mixaria em comparação aos astronômicos lucros do Bradesco todos os anos. Só neste ano, nos 9 primeiros meses, já são R$13 bilhões de lucro líquido. Na campanha salarial da categoria bancária, cuja data-base foi no mês de setembro, os banqueiros nem a reposição da inflação queriam conceder aos trabalhadores, cedendo apenas após muita luta.

É necessário deixar bem claro que foram justamente essas máfias bancárias, que controlam a economia nacional e internacional, que são as verdadeiras responsáveis por promover uma espoliação sem limites dos trabalhadores e da população em geral, para alimentar o parasitismo de um sistema que não consegue mais produzir nem para sustentar sua própria força de trabalho. Os banqueiros nunca tiveram como objetivo proteger os trabalhadores e a população, seja em relação aos seus empregos, seja em qualquer outro aspecto, e sim o contrário: sacrificar o povo para salvar os lucros desses parasitas.

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