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Partido da Causa Operária

PCO solicita reunião com Executiva da CUT

Organização trotskista quer discutir as calúnias feitas pela esquerda pequeno-burguesa contra o Partido em decorrência do ato do Dia da Mulher Trabalhadora em São Paulo

Nessa sexta-feira (15), a Direção Nacional do Partido da Causa Operária (PCO) publicou uma carta à Executiva da Central Única dos Trabalhadores (CUT) solicitando que seja agendada uma reunião entre ambas as organizações.

O documento elenca uma série de questões a serem tratadas com a CUT, todos sobre os acontecimentos da manifestação do Dia da Mulher Trabalhadora na Avenida Paulista, em São Paulo.

“Fomos tomados de surpresa, com a assinatura da ‘CUT BRASIL’ em um ‘abaixo-assinado’ (que não foi sequer discutido em qualquer reunião formal nem mesmo entre os supostos signatários), no qual essa entidade assume, sem qualquer discussão, acusações caluniosas contra uma corrente integrante da própria CUT”, diz o texto assinado por Antônio Carlos Silva, coordenador da Corrente Sindical Nacional Causa Operária (CSNCO), e por Rui Costa Pimenta, presidente nacional do PCO.

O “abaixo-assinado” citado diz respeito a um documento espalhado pela autodeclarada “organização” do ato do 8 de Março que contém uma série de calúnias acerca do PCO e de sua militância. Para mais informações e para uma discussão acerca de seu conteúdo, clique neste link.

Confira, abaixo, a carta do PCO à CUT na íntegra, a qual foi enviada para a Executiva da central sindical:

À

Executiva Nacional da CUT – Central Única dos Trabalhadores

A/C Sérgio Nobre – Presidente da Executiva Nacional

C/Cópia para demais integrantes da Executiva Nacional

Companheiros,

Pela presente, a Direção do Partido da Causa Operária (PCO), cujos militantes no movimento operário integram a CUT desde a fundação e atuam nas suas instâncias através da Corrente Sindical Nacional Causa Operária, dirige-se a essa Executiva para tratar de assuntos da maior gravidade, em um momento em que a classe trabalhadora é alvo de uma enorme ofensiva da direita no sentido de cassar suas liberdades democráticas e retirar seus direitos sociais e trabalhistas.

Desde já, solicitamos que seja agendada uma reunião para tratar das questões abaixo:

  1. Fomos tomados de surpresa com a assinatura da “CUT BRASIL” em um “abaixo-assinado” (que não foi sequer discutido em qualquer reunião formal nem mesmo entre os supostos signatários) no qual essa entidade assume, sem qualquer discussão, acusações caluniosas contra uma corrente integrante da própria CUT em relação a problemas ocorridos no ato do último Dia Internacional de Luta da Mulher Trabalhadora, em São Paulo;
  2. No documento com a suposta assinatura da CUT, dentre outras, estão presentes as acusações – sem nenhuma prova – de que o PCO usa “métodos do fascismo”, age para “intimidar mulheres”, coloca “homens para agredir companheiras” e teria agido para “impedir a realização do ato”;
  3. Parece-nos uma enorme irresponsabilidade que alguém – e ainda mais uma entidade da importância da CUT – assine um documento juntamente com setores que são – há muitos anos ou desde sempre – contra a própria existência da CUT, com graves críticas a uma corrente cutista, sem que sequer tenha convocado seus representantes para ouvir o seu lado;
  4. E que tal ação irresponsável seja feita não apenas sem apurar o que de fato ocorreu no ato, mas também sem levar em conta considerações políticas gerais, como, por exemplo, a luta contra o golpe que derrubou a presidenta Dilma Rousseff e a campanha pela liberdade do companheiro Lula e por sua eleição presidencial;
  5. Estranhamos também que a assinatura da CUT seja colocada em um documento com claras características de estelionato político e falsificação: assinaturas de entidades que não autorizaram a mesma, como a APEOESP (entidade cuja diretoria integramos), que em reunião do seu GT Político, com a participação da maioria de sua Executiva, deixou claro por meio do pronunciamento de sua presidência e de outros que sequer discutiu qualquer documento sobre o 8 de Março; organizações signatárias que sequer estiveram no ato, como o Sindicato dos Metalúrgicos de Caxias do Sul.
  6. Chama a atenção que, ao contrário do nosso Coletivo de Mulheres Rosa Luxemburgo, da nossa Corrente Sindical e do nosso Partido, que publicaram panfletos e cartazes convocando o ato, estes mesmo setores que nada fizeram para mobilizar para o evento, se dediquem ao trabalho de juntar assinaturas para nos atacar;
  7. Como bem sabem os companheiros, o 8 de Março, celebrado desde 1911 (inicialmente no dia 16), não é uma data privada, que tenha dono, da qual qualquer grupo ou um conjunto de grupos possa se apoderar e decidir quem pode ou não participar, quem pode ou não falar etc;
  8. Não apenas impediram as mulheres do PCO de falar (o que já foi um ato de força contra nós), mas chamaram a PM fascista, bolsonarista para reprimi-las quando apenas protestavam contra essa arbitrariedade. Há postagens, vídeos e depoimentos de companheiros de diversas correntes políticas que atestam o ocorrido, além da declaração oficial da SSP e da própria PM afirmando taxativamente que foram chamados pelos organizadores do ato para reprimir o PCO, diante do que apreenderam uma faixa de nosso Partido e detiveram um militante negro ativista sindical da CUT;
  9. Na realidade, o verdadeiro objetivo da nota contra o PCO é o de legitimar a utilização da repressão da PM contra uma organização de esquerda, o que contraria a política de nossa Central e de qualquer organização minimamente séria que defenda os interesses dos trabalhadores;
  10. Vale ressaltar que estão entre os signatários várias “entidades” que apoiaram a derrubada da primeira mulher eleita presidente da República do País, com as graves consequências para a classe trabalhadora que todos nós conhecemos muito bem e, agora, dirigem seus ataques contra uma das organizações cutistas que esteve na linha de frente contra esses e outros ataques;
  11. Por fim, mas não menos grave, destacamos que é grotesco apensar o nome da CUT em um documento que afirma que uma das suas correntes é uma organização fascista.

Ante a gravidade do exposto, solicitamos uma reunião de nossa direção, com a presidência e representantes da Executiva da nossa Central.

Certos da atenção dos companheiros, ficamos no aguardo e despedimo-nos com saudações operárias.

São Paulo (SP), 15 de março de 2024.

Antônio Carlos Silva

Coordenador da Corrente Sindical Nacional Causa Operária 

Rui Costa Pimenta

Presidente Nacional do Partido da Causa Operária

Nota à CUT Nacional

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