Em um evento marcado por discursos contundentes e forte crítica ao “sistema democrático” brasileiro, João Caproni Pimenta foi lançado como pré-candidato à Prefeitura de São Paulo pelo Partido da Causa Operária (PCO).
“A chamada democracia brasileira é extremamente limitada, e você precisa questionar se podemos chamá-la de democracia”, afirmou Pimenta. Ele destacou a necessidade de denunciar o papel do Judiciário, incluindo tribunais como o STF e o TSE, como principais adversários do processo eleitoral e democrático. “Eles tentam manipular o processo e atacar o partido, colocando um emaranhado burocrático impossível de ser superado sem um esforço muito grande”.
Em relação ao cenário eleitoral em São Paulo, Pimenta foi categórico ao criticar os principais candidatos. “De um lado, temos o candidato do MDB, Ricardo Nunes, que é o representante das máfias que controlam a cidade, desde a Faria Lima até as empreiteiras. Do outro lado, temos Guilherme Boulos, do PSOL, que não é amigo da esquerda”.
Pimenta destacou o que considera serem as traições de Boulos à esquerda. “Em primeiro lugar, ele foi fazer seu batismo na Faria Lima, e conseguiu. Os banqueiros aceitaram Boulos. Ele é um verdadeiro especialista em enfiar a faca nas costas da esquerda. Durante o golpe de 2016, ele fazia uma campanha ativa para atacar o governo de Dilma Rousseff pela esquerda”.
Ele também criticou a escolha de Boulos para vice, mencionando Marta Suplicy. “A única certeza que os trabalhadores podem ter diante de Boulos é que a facada nas costas vai vir em caso de apoio à sua candidatura”.
Encerrando seu discurso, Pimenta fez um apelo direto aos seus companheiros de outros partidos, prometendo um debate franco sobre o programa de luta dos trabalhadores. “Nós não podemos garantir que não vamos criticar os outros partidos da esquerda ou que não vamos fazer oposição àquilo que achamos que é errado. Mas uma coisa podemos garantir: seja lá o que for que a gente pense, nós vamos falar olho no olho, de frente, vamos sempre falar a verdade para os nossos companheiros do movimento operário e popular, porque a verdade é sempre revolucionária”.