Previous slide
Next slide

Partido da Causa Operária

PCO fará ato para lançar campanha pela liberdade de expressão

Junto aos comitês de luta, organização trotskista promete combater Projeto de Lei das Fake News e os chamados "crimes de opinião"

O ano de 2024 promete grandes desafios à luta pela liberdade de expressão no Brasil. Em poucas semanas, com o fim do recesso parlamentar, o famigerado Projeto de Lei 2630, o PL das “Fake News“, deverá ser votado na Câmara dos Deputados. Também chamado de PL da Globo, o projeto visa estabelecer uma duríssima censura contra os usuários de redes sociais. Isto é, contra o meio de comunicação mais democrático que existe: a Internet.

“A lei que está sendo proposta estabelece um conjunto de crimes políticos”, afirma o presidente nacional do Partido da Causa Operária (PCO), Rui Costa Pimenta, no programa Análise Política da Semana, transmitido pela Causa Operária TV (COTV) no dia 6 de janeiro. “São coisas, em primeiro lugar, genéricas que podem dar lugar a todo tipo de interpretação”.

Os defensores do referido projeto de lei já tentaram votar a sua aprovação em abril do ano passado. A tentativa, no entanto, fracassou, diante de sua impopularidade. Na época, Rui Pimenta chegou a lançar um abaixo-assinado contra o projeto, que hoje conta com quase dez mil signatários.

“Nós, abaixo-assinados, exigimos de Vossa Excelência, Deputado Orlando Silva, que retire de tramitação o Projeto de Lei 2630/2020, o ‘PL das Fake News’”, pede o presidente do Partido no início da petição, referindo-se ao relator do projeto de lei. “É vosso dever moral e como parlamentar proteger a cláusula pétrea da Constituição, o Artigo V, inciso IV, que declara que no Brasil democrático, saído dos anos de chumbo da ditadura militar, é ‘Livre a expressão do pensamento, vedado o anonimato’. Se o deputado falhar com seu sagrado dever de proteger a Constituição e os direitos do povo, exigimos de Vossas Excelências deputados e senadores que votem contra esse disparate antidemocrático. Caso falte a estes 600 homens e mulheres a coragem de enfrentar o arbítrio, exigimos que Vossa Excelência, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, vete a aprovação deste PL e aja como a autoridade máxima que é na defesa do Estado democrático de direito”.

De acordo com fontes da Direção Nacional do PCO, o Partido seguirá com o abaixo-assinado e deverá, nos próximos dias, intensificar a propaganda em torno dele. Para assiná-lo, basta clicar aqui.

Se, no ano passado, o projeto de lei foi adiado, em 2024, as chances de que seja aprovado são maiores. De acordo com Rui Pimenta, acontecimentos no final de 2023 serviram de combustível para que a grande imprensa retomasse a campanha em torno de sua aprovação. Em outra edição da Análise Política da Semana, que foi ao ar no dia 30 de dezembro, o presidente do PCO destacou que, após a primeira-dama, Rosângela “Janja” Lula da Silva, ter tido sua conta em uma rede social invadida, “começou uma campanha da Rede Globo e de outros órgãos de comunicação pela regulamentação da Internet”. O dirigente trotskista ainda destacou que, “no Congresso Nacional, a direita falou: vamos dar prioridade ao projeto das Fake News“.

Além da invasão da conta de Janja, Rui Pimenta também destacou dois suicídios recentes que foram associados à disseminação de notícias falsas. Esses acontecimentos “deram lugar a uma campanha orquestrada, organizada, uma campanha que a gente pode dizer que é uma campanha sórdida”.

De fato, a poucos dias do fim de 2023, a promessa era de que o projeto seria discutido em breve. “Aprovar o PL 2630 deve ser prioridade”, afirmou Orlando Silva em suas redes sociais. “Prioridade” foi também o termo que Ricardo Cappelli, então secretário-executivo do Ministério da Justiça, utilizou em 27 de dezembro para se referir ao projeto.

Diante da iminência da votação do PL das “Fake News“, o PCO promete fazer uma grande campanha contra a censura no Brasil, com várias ações distintas. A primeira delas será a organização de um ato para lançar uma ampla campanha em defesa da liberdade de expressão. O ato acontecerá em São Paulo, no dia 9 de março, e terá a luta contra a aprovação do PL 2630 como uma das principais questões a serem debatidas.

A palavra de ordem central do ato será “liberdade de expressão irrestrita”, afirmou um dirigente do PCO a este Diário. Os comitês de luta, que vêm reunindo militantes de diversas organizações e ativistas independentes desde o golpe de 2016, também participarão da organização do ato. Segundo informou a Direção do PCO, a campanha em defesa da liberdade de expressão deverá ser semelhante à campanha que hoje o Partido faz em defesa da Palestina e à campanha pela liberdade de Lula, quando a agremiação trotskista saiu às ruas com milhares de cartazes, panfletos e adesivos.

Ainda que o PL das Fake News esteja em evidência, a campanha pela liberdade de expressão deve ir muito além da luta contra o projeto. Afinal, os casos de censura no Brasil já se acumulam diariamente, mesmo sem a aprovação do PL.

Entre os anos de 2019 e 2022, o Poder Judiciário e até mesmo as próprias plataformas de redes sociais dirigiram boa parte de sua política de censura contra apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Esse fato causou uma grande confusão no interior da esquerda nacional, de modo que vários setores passaram a apoiar os mecanismos repressivos contra a liberdade de expressão. Ledo engano: como já havia alertado o revolucionário Leon Trótski, “nas condições do regime burguês, toda supressão dos direitos políticos e da liberdade, não importa a quem sejam dirigidos no início, no final inevitavelmente pesa sobre a classe trabalhadora, particularmente seus elementos mais avançados”. Isto é, ainda que o Estado estivesse reprimindo alguns elementos secundários do bolsonarismo, essas ações abririam o caminho para uma censura generalizada contra a esquerda e as organizações dos trabalhadores.

Em junho de 2022, o Partido da Causa Operária teve todas as suas contas suspensas nas redes sociais. O PCO foi incluído no sigiloso e obscuro “Inquérito das Fake News“, sendo que o próprio ministro responsável pelo inquérito, Alexandre de Moraes, não acusou o Partido de difundir “notícias falsas”, mas de “atentar contra o Estado Democrático de Direito” pelo simples fato de o PCO defender, há décadas, uma reforma política no Judiciário que dissolva o Supremo Tribunal Federal. As contas seriam devolvidas quase um ano depois, sem qualquer reparação ao Partido.

Mais recentemente, o jornalista Breno Altman, filiado ao Partido dos Trabalhadores, foi obrigado a apagar várias publicações nas redes sociais porque foi acusado de “racismo” pela Confederação Israelita do Brasil (Conib), uma organização que representa os interesses de “Israel” no território brasileiro. A mesma Conib já entrou com processo contra o PCO, exigindo a cassação do registro partidário devido à defesa que o Partido faz da resistência armada. O PCO ainda é alvo de uma notícia-crime protocolada por 27 deputados bolsonaristas e outra notícia-crime protocolada pelo notório lavajatista e bolsonarista Deltan Dallagnol.

Os casos recentes revelam que a esquerda já se tornou o alvo prioritário da censura no Brasil. E isso não é por acaso: na medida em que o imperialismo intensifica seus ataques contra os povos oprimidos, mais necessita calar aqueles que o denuncia. Não há caso melhor para comprovar isso que o do genocídio sionista do povo palestino. Quanto mais “Israel” precisa lançar mão de seus crimes de guerra contra o povo palestino, mais o imperialismo precisa perseguir Breno Altman, o PCO e todas as vozes contrárias ao sionismo. Do contrário, a opinião pública, que já está contrária a “Israel”, iria se desenvolver ainda mais rapidamente no sentido de uma contestação total da ordem mundial.

Esses casos também revelam, por seu turno, que o regime jurídico brasileiro está ancorado em uma miríade de ilegalidades. Afinal, o artigo 5º, inciso IV da Constituição Federal estabelece claramente: “é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato”. A perseguição àqueles que se levantam contra os crimes do imperialismo mostra que o Judiciário age completamente por fora da Constituição. Não existe crime de opinião: todos os episódios de censura que vêm ocorrendo são absolutamente ilegais.

Por essa razão, a luta pela liberdade de expressão deve estar no centro da luta política. E é por isso que o PCO promete organizar uma ampla campanha, que terá como palavras de ordem:

Fim do crime de opinião!

Não ao PL das Fake News!

Não ao amordaçamento da Internet!

Pelo fim do inquérito ilegal das Fake News!

Reparação aos que foram censurados ilegalmente!

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Rolar para cima

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.