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Ásia

Partido que defendia a luta armada vence no Ceilão

Presidente eleito, no entanto, tem mantido uma relação muito amistosa com a direita

Neste domingo (22) o deputado Anura Kumara Dissanayake venceu as eleições presidenciais do Ceilão. Dissanayake garantiu a vitória sobre o líder da oposição, Sajith Premadasa, e o atual presidente, o liberal Ranil Wickremesinghe. Segundo a Comissão Eleitoral, Dissanayake recebeu 5.740.179 votos, seguido por Premadasa, com 4.530.902.

Dissanayake tem 55 anos e lidera a coalizão de esquerda Poder Nacional do Povo, uma organização de tipo maoísta, que já defendeu a luta armada em décadas anteriores. Já tinha concorrido nas eleições anteriores, em 2019, conquistando 3% dos votos. A vitória do deputado é resultado da gigantesca crise econômica atravessada pelo país neste momento.

Nas eleições desse ano, contudo, Dissanayake e o PNP conquistaram mais de 55% dos votos no segundo turno, apesar de chegarem ao pleito com apenas três parlamentares eleitos. O crescimento do partido também foi fulminante, saindo de menos de 5% de votos na eleição de 2019, refletindo também as sucessivas crises vividas do país.

“Tenho plena consciência da importância do mandato que recebi”, declarou o novo presidente em um breve discurso. “Não sou mágico. Vou pedir conselhos ao meu redor e farei todo o possível […] minha responsabilidade é participar no esforço coletivo para sair desta crise”, acrescentou.

Foi a primeira vez na história da ilha do Oceano Índico que a corrida presidencial foi decidida por uma segunda contagem de votos, depois que os dois principais candidatos não conseguiram os 50% de votos necessários para serem declarados vencedores. Cerca de 75% dos 17 milhões de eleitores votaram, de acordo com a comissão eleitoral.

A grave crise de 2022 provocou meses de escassez de comida, combustíveis e medicamentos. Também desencadeou grandes protestos que resultaram na fuga do então presidente, Gotabaya Rajapaksa, quando uma multidão invadiu o palácio presidencial, levando à renúncia do mandatário.

Segundo o sítio Brasil 247, Dissanayake se apresentou como o candidato da mudança para aqueles que estão sofrendo com as medidas de austeridade vinculadas ao resgate de US$2,9 bilhões do Fundo Monetário Internacional, prometendo dissolver o parlamento em até 45 dias após assumir o cargo para um novo mandato para suas políticas nas eleições gerais. Ao mesmo tempo, ele vem sendo criticado pelo tom conservador de suas propostas e chamou a atenção após criticar um correligionário que defendeu a luta armada.

Neste momento, ainda não está claro como a situação irá se desenvolver no Ceilão. Por um lado, chama muito a atenção o crescimento vertiginoso de um país como o Poder Nacional do Povo, o que expressa uma grande radicalização no país. Por outro, é importante levar em consideração que a imprensa imperialista tem feito elogios ao novo presidente, o que nunca é um bom sinal. Ao que tudo indica, o novo presidente fez um acordo com a burguesia – mas este acordo não foi estendido ao restante do partido.

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