No artigo Eleição na Venezuela expõe democracia de conveniência de Lula, publicado pelo jornal O Globo, a colunista Malu Gaspar retoma a campanha cínica e criminosa segundo a qual na Venezuela haveria uma “ditadura”. Em seu texto, Malu Gaspar busca não apenas alimentar a campanha da direita bolsonarista contra o governo Lula, aliado de Nicolás Maduro, como combater, como um todo, os países que se levantam contra a ditadura mundial do imperialismo.
Logo de início, o texto procura ironizar o presidente brasileiro afirmando que “para Lula, porém, levantar qualquer dúvida sobre a lisura das eleições venezuelanas é prejulgamento”. O que a própria colocação de Malu Gaspar deixa claro, portanto, é que o correto seria fazer “prejulgamentos” sobre a lisura das eleições. Isto é, que todo mundo deveria aceitar como verdade, sabe-se lá por que, a versão apresentada pela imprensa imperialista.
Isso mesmo, leitor. A mesma imprensa que mentiu, caluniou e difamou Lula e o PT durante os anos de preparação do golpe de Estado, deve ser o critério para os “prejulgamentos” sobre as eleições venezuelanas. A mesma imprensa que encobre o assassinato de crianças na Faixa de Gaza deve ser vista como a versão oficial do que acontece no país sul-americano. É ridículo.
A posição de Lula, neste caso, é a única sensata. As acusações contra a lisura das eleições venezuelanas, além de infundadas, são parte de uma campanha política cujo objetivo é desestabilizar o regime. Em outras palavras, criar as condições para um golpe de Estado.
A má-fé de Malu Gaspar fica explícita em um trecho logo em seguida. Diz ela:
“Lula não é bobo nem mal informado, conhece Maduro de outros carnavais e tem à disposição um corpo diplomático plenamente capaz de informá-lo de que a Venezuela mantém cerca de 300 presos políticos e protagoniza a maior crise humanitária do planeta, com quase 8 milhões de exilados”.
Aqui fica claro: a articulista crítica Lula porque, no final das contas, ela é uma das propagandistas das mentiras da imprensa contra o regime de Nicolás Maduro. Afirmar que a Venezuela, um país com uma população inferior ao Estado de São Paulo, protagoniza a maior crise humanitária do planeta no momento em que mais de 15 mil crianças são assassinadas na Palestina é asqueroso. É considerar que os palestinos são insetos, são seres cuja morte não importa a ninguém.
E o que dizer dos iemenitas, cuja população inteira passa fome por causa de uma guerra criminosa? O que dizer dos afegãos, em que milhões estão na miséria por causa das sanções impostas os norte-americanos?
Na Venezuela não estão morrendo crianças, nem seu povo está morrendo de fome. Tudo o que se pode dizer do país de Nicolás Maduro é que seu povo sobrevive, de maneira muito guerreira, às criminosas sanções impostas pelo imperialismo.
Em resumo, toda a implicância de Malu Gaspar com Lula reside no fato de que, para ela, o presidente da Republica Federativa do Brasil deveria ser um boneco de ventríloquo de criminosos políticos como Joe Biden e Benjamin Netanyahu.