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Política nacional

Para a imprensa, problema do governo Lula é ser governo Lula

Matéria da burguesia no Estadão age como chantagem ao governo Lula

No último domingo, a colunista do Estadão e porta-voz da burguesia, Eliane Catanhêde, publicou um artigo questionando o governo Lula em diversos pontos, mas principalmente por não entrar a fundo na política do corte de gastos. O seu artigo, porém, além de desonesto, possui um caráter contraditório, não sendo nada além de um artigo para pressionar o governo Lula a adotar a política neoliberal por completo.

Inicialmente, ela descreve, acertadamente, o governo como fraco e, por isso, como sendo alvo fácil de pressões da Câmara, do Senado, do mercado e da opinião pública. Por um lado, análise acertada, mas vale observar que “ser alvo da pressão da opinião pública” não deveria ser de forma alguma algo negativo a se apontar. O governo dever ao povo é negativo? Para a burguesia, sim. Continuando, a porta-voz da imprensa burguesa criticou a devolução da medida provisória que prejudicaria a vida do trabalhador, apoiando a decisão do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, de ir contra a medida e deixando o ministro Fernando Haddad sem apoio. Haddad que, como já denunciado por este diário, possui uma política extremamente direitista e anti-povo.

A contradição com o próprio artigo se dá no assunto do projeto de lei que pode punir vítimas de estupro com até 20 anos de prisão, enquanto o estuprador pode receber no máximo dez, algo classificado corretamente como absurdo, porém, para Catanhêde, o problema do governo Lula e alguns ministros foi não terem se posicionado rapidamente para ir contra a “Bancada da Bíblia”. Tudo bem. Mas não foi a própria Eliane que criticou o governo por estar fraco? Sob a sua lógica, se o governo está fraco e deve pensar apenas de forma eleitoreira, ele deveria se posicionar rapidamente? O posicionamento do governo Lula foi ruim por não possuir uma política correta, não por fraqueza ou força.

Segundo Catanhêde, claro, quem deve ter sua postura admirada é a da primeira-dama Janja, abertamente identitária, e o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, que é um direitista clássico. Usando-os como gancho, a redatora critica o que ela chama de “fragilidade do governo e oposição voraz”, alegando que o problema do governo é ser criticado por exibir divergências internas e ceder em questões importantes. Mas não era a senhora Eliane a defensora da frente ampla, com diversos setores, da direita até a esquerda – desde que a esquerda não tivesse voz? O que ela defendia era justamente que houvesse uma frente ampla para a direita tomar conta completamente do governo.

Porém, fazendo jus ao começo de seu artigo onde critica o governo por se submeter à pressão popular, ela aponta sua visão burguesa de que “a principal causa dos problemas do governo é a falta de maioria no Congresso”, especialmente na Câmara, onde a direita é supostamente mais forte e unida que a esquerda. A política, para a imprensa burguesa, se dá dentro do Congresso, longe de qualquer trabalhador, pois as “casas do povo” deveriam ter de tudo – menos o povo. Para a colunista, não deveria haver uma negociação com o povo, mas com os parlamentares da direita e da suposta esquerda. Apontando seu lado de paladina da moral e dos bons costumes, sua crítica principal ao governo é a presença de Juscelino Filho, ministro das Comunicações, por ser acusado de desvios de verba pela Polícia Federal. Em um governo com tubarões da educação, como Lemann, com Geraldo Alckmin, Simone Tebet e alguns dos maiores inimigos dos trabalhadores desse país, que atendem diretamente ao imperialismo, o problema é só um ministro burguês genérico que não é nem conhecido pelas camadas populares? Fazendo uma alusão para facilitar a compreensão: em uma sopa com 3 baratas em seu interior, fezes de rato, larvas e diversos insetos mortos, o problema é apenas a mosca pousada nela?

Por fim, é claro, os dois problemas centrais: o governo “enfrenta problemas internos com divergências entre ministros e dirigentes do PT, especialmente em relação a Fernando Haddad e cortes de gastos”. O problema é o PT, a única ala de esquerda a verdadeiramente compor o governo, não todos os tubarões e burgueses que engordam com o suor do trabalhador. O problema não é dar dinheiro para banqueiros, mas dar menos dinheiro do que ela gostaria que desse. O problema não é continuar com políticas neoliberais que batem o chicote nas costas do trabalhador, mas é não extorquir ainda mais o que é produzido justamente pelos trabalhadores. Para Eliane Catanhêde, o problema é o governo de esquerda, em alguma medida, ainda ser de esquerda.

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