No dia 7 de outubro de 2023, as Brigadas de al-Qassam, braço armado do Hamas, e dez outros grupos, como a Jihad Islâmica Palestina, as Brigadas Mujahidin e as Brigadas Al-Nasser, iniciaram um ataque contra “Israel”.
Ao contrário do que muitos podem acreditar, essa operação não foi precipitada, mas minuciosamente planejada. É preciso lembrar que a Faixa de Gaza tem suas fronteiras fechadas e controladas pelos sionistas. Para conseguir acumular recursos para um combate foi necessário um verdadeiro trabalho de formiga.
Segundo a BBC, os exercícios tinham uma coordenação central e a estrutura foi criada em 2018. Exercícios militares conjuntos foram detectados já em 2020, nos quais foram treinadas técnicas utilizadas no 7 de outubro. Uma dessas bases ficava a menos de 1 km da fronteira israelense.
Ad Brigadas de al-Qassam e os demais grupos treinaram ataques às defesas israelenses, remoção de barreiras para a entrada de motocicletas, ataque a prédios e a tanques, bem como a tomada de reféns, uma vez que os pode usar como moeda de troca no conflito.
É preciso ressaltar que, além dos preparativos para o combate, o Hamas precisou unificar os diversos grupos em torno do objetivo de atacar os sionistas, pois ideologicamente existe entre eles um amplo espectro, que vai desde grupos marxistas até islâmicos mais radicais.
Etapas antes do ataque
A operação Pilar Forte contou com pelo menos quatro etapas que duraram três anos e foram divulgadas nas redes sociais.
Após a ‘unificação’ dos grupos de resistência, em dezembro de 2021, no dia 26, foi feito um exercício visando os muros israelenses e para “simular a libertação dos assentamentos perto de Gaza”. A imprensa burguesa, como a BBC, trata os assentamentos ilegais como “comunidades israelenses”.
Em 28 de dezembro de 2022, a resistência palestina divulgou imagens mostrando o treinamento para se esvaziar prédios e desabilitar tanques de guerra.
Esses exercícios não passaram desapercebidos pelo governo sionista, mas eles pouco podiam fazer, como se viu no dia 7 de outubro. Conforme a BBC, “O brigadeiro-general Amir Avivi, ex-vice-comandante das IDF em Gazan ‘Havia muitas informações de que eles estavam fazendo esse treinamento — afinal, os vídeos são públicos e isso estava acontecendo a apenas centenas de metros da cerca [com Israel]’”.
Em 2022 a resistência simulou o ataque a uma base militar falsa, a apenas 2,6 km da passagem de Erez.
Em setembro, dia 10, foram publicadas fotos dos combatentes publicaram no Telegram militares vigiando a fronteira de Gaza com “Israel”.
Apesar de vários vídeos terem sido divulgados pela resistência palestina, como a simulação de praias pelo mar, tomaram o cuidado de não divulgar treinamento utilizando motocicletas e parapentes.
A grande imprensa é sionista
Após a operação Pilar Forte em 7 de outubro, onde o Hamas e demais grupos conseguiram desferir um duro golpe contra os israelenses, com o ataque a bases e a tomada de centenas de reféns, iniciou-se uma grande campanha internacional contra o povo palestino e sua resistência, que a grande imprensa insiste em classificar de terrorista.
A reposta israelense já era a esperada, o bombardeio indiscriminado de civis e à infraestrutura da Faixa de Gaza. A maioria dos hospitais foi destruída, ambulâncias, escolas, mesquitas seculares, universidades, bem como o assassinato seletivo de intelectuais e jornalistas.
Mais de 20 mil pessoas foram mortas, 8 mil crianças, além de 7,5 mil desaparecidos sob escombros. Além das mortes, 62 mil pessoas estão feridas, a metade com ferimentos graves e amputações.
Mesmo com toda a campanha de censura e difamação, tem sido impossível esconder o genocídio sionista contra os palestinos e a aumenta a cada dia o apoio mundial à resistência. As polícias das “democracias” europeias estão prendendo pessoas por simplesmente portarem uma bandeira palestina.
No Brasil, jornalistas como Breno Altman, que é de origem judaica, e o PCO, estão sofrendo com a brutalidade da ‘justiça’ e sendo investigados e acusados de antissemitismo, provando que a liberdade de expressão foi suprimida no País, e que é proibido criticar o inacreditável massacre de civis na Faixa de Gaza.
Baixas sionistas
O governo israelense está tendo enormes dificuldades, após ficar um bom tempo ameaçando invadir Gaza, as tropas sionistas sentiram na prática que a tarefa não será nada fácil. Já admitem 500 soldados mortos e 5 mil feridos. No entanto, como muitos analistas militares afirmam, na média, é uma morte para cada 3 feridos, de onde se deduz que pelo menos 1,7 mil soldados israelenses já morreram, mas o governo israelense não divulgará os números.
As mortes de soldados israelenses, além do grande número de feridos, tem produzido uma enorme pressão sobre o governo Netanyahu, que enfrenta grande oposição popular. A principal tática dos sionistas é o uso de bombardeios. No entanto, como Gaza pode ser considerada um grande campo de concentração a céu aberto, o mundo todo está se voltando contra “Israel”.
Conforme o tempo passa, o conflito na Faixa de Gaza ameaça arrastar outros países para o confronto. O Iêmen já declarou guerra e tem atacado navios que se dirigem a “Israel”. Em países como a Turquia, Irã, a população muçulmana pressiona os governos a não ficaram apenas no discurso e agirem de fato contra o massacre promovido pelos sionistas. O Líbano, pode-se dizer, já está no conflito, dando apoio em Gaza e atacando pelo norte.
“Israel” está em uma encruzilhada. Se continuar sua operação em Gaza perderá mais soldados e fará ainda mais vítimas civis, o que piora sua situação internacional. Se recuar, ficará clara a vitória da resistência palestina, o que servirá como inspiração para os países vizinhos que estão oprimidos sob a bota do imperialismo.