A maior aliança militar do imperialismo, a OTAN, está planejando aumentar exponencialmente o número de suas unidades para atacar a Rússia. A informação foi divulgado pelo Die Welt no sábado (5), que publicou um documento confidencial de planejamento que obteve do Ministério da Defesa da Alemanha.
Intitulado “Requisitos Mínimos de Capacidade”, o documento foi escrito por dois comandantes importantes da OTAN: o General norte-americano Christopher Cavoli, Comandante Supremo Aliado na Europa, e o Almirante francês Pierre Vandier, responsável pelas questões políticas. O documento descreve os requisitos básicos que a OTAN deve cumprir se planeja defender “cada centímetro” de seu território em um possível conflito com a Rússia.
Cavoli e Vandier explicam que o número atual de brigadas de combate do bloco é insuficiente para essa tarefa e deve ser aumentado de 82 para 131, um aumento de 60%! Segundo os padrões do exército alemão, a força dessas novas formações deve ser em torno de 5.000 soldados cada.
O número de corpos e divisões também deve aumentar de seis para 15 e de 24 para 38, respectivamente, segundo o documento. O número de unidades de defesa aérea terrestre equipadas com sistemas como os Patriots fabricados pelos EUA ou os IRIS-T fabricados pela Alemanha deve ser ampliado cinco vezes, de 293 para 1.467. Cada um dos 32 membros da OTAN teria que contribuir para essas novas “capacidades mínimas”, dependendo de sua população.
Não está claro com que rapidez os países da OTAN poderiam atender aos novos requisitos. Segundo o Die Welt, as Forças Armadas Alemãs, a Bundeswehr, atualmente têm oito brigadas de combate, com mais uma em formação. A Alemanha criaria mais uma brigada nos próximos sete anos.
Esse aumento de forças exigiria “grande financiamento adicional”. O plano “provavelmente exigiria muito mais do que dois por cento” do PIB nacional dos estados membros destinado a gastos militares. O número de 2 por cento é o padrão que a OTAN estabeleceu em seus congressos, apesar de não ser cumprido por grande parte dos membros.
O governo da Rússia negou quaisquer planos de atacar a OTAN. O presidente Vladimir Putin afirmou que as alegações de uma ‘ameaça russa’ são “absurdas” e propaganda do imperialismo.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, se pronunciou na segunda-feira sobre a guerra da OTAN contra a Rússia na Ucrânia. Ele afirmou que: “no momento, pelo que podemos ver, restaurar a paz não faz parte dos planos do nosso adversário. [O presidente ucraniano Vladimir] Zelenski não revogou seu decreto proibindo negociações com a Rússia. Os EUA e seus aliados da OTAN fornecem apoio político, militar e financeiro a Ucrânia para que o [conflito] continue”.
Ele ainda destacou que: “o que quero dizer é que estamos tentado extinguir esta crise por mais de uma década, mas toda vez que colocamos no papel acordos que atendem a todos, a Ucrânia e seus mestres recuam. Foi exatamente isso que aconteceu com o acordo alcançado em fevereiro de 2014: ele foi desrespeitado pela oposição que realizou um golpe com o apoio dos EUA. Um ano depois, os Acordos de Minsk, endossados pelo Conselho de Segurança da ONU, foram concluídos; esses também foram sabotados durante sete anos, e os líderes da Ucrânia, Alemanha e França, que assinaram o documento, se vangloriaram posteriormente de que nunca tiveram a intenção de cumpri-lo. O documento inicializado em Istambul no final de março de 2022 nunca foi assinado por Zelensqui por insistência de seus supervisores ocidentais, em particular, o então primeiro-ministro britânico”.
A ofensiva militar do imperialismo
A guerra do imperialismo contra a Rússia é uma demonstração de que o imperialismo aderiu à política de ofensiva militar contra todos os povos do mundo. Os russos são a guerra mais cara, pois são uma potência militar. Mas o imperialismo prepara a guerra também no Oriente Médio, principalmente contra o Irã, em Taiuan, contra a China, e assim deve também expandir para outros territórios, como na África e na própria América do Sul.
O PIB dos países imperialistas é gigantesco, se os membros da OTAN investirem mais de 2% dele na indústria militar os exércitos de que se formarão serão poderosíssimos. Neste momento, a OTAN é bancada principalmente pelos EUA, as duas maiores economias imperialistas após a norte-americana, Alemanha e Japão, estão longe de ter formado um enorme poderia militar. Isso pode acontecer rapidamente dado o nível de industrialização de suas economias.
O que acontece na Ucrânia e na Faixa de Gaza é uma demonstração do que está por vir. O imperialismo não está disposto a perder nenhuma das suas guerras, para vencer precisa usar a máxima violência. Ameaçam atacar a Rússia de todas as formas possíveis. Aprovaram a invasão e os bombardeios genocidas do Líbano.
As potências imperialistas se preparam para uma guerra em largas proporções. Ela será enfrentada primeiro pelas nações que ousam lutar contra o imperialismo, mas também será enfrentada inevitavelmente pela classe operária mundial, aquela que derrotou o imperialismo em todas as suas guerras desde a Primeira Guerra Mundial.