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Coluna

Os EUA podem; Israel pode… mas o Irã, não!

O imperialismo e suas agências internacionais, como a AIEA, pressionam no sentido de fazer com que o Irã encerre seu programa nuclear

Mais uma vez, um dos organismos vinculados à inoperante Organização das Nações Unidas (ONU) vem demonstrar sua total subserviência aos interesses do imperialismo mundial.

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), sediada em Viena, na Áustria, vem direcionando, novamente, suas baterias contra a República Islâmica do Irã, pressionando o país a renunciar ao seu programa nuclear, como se – diferente dos países imperialistas – os iranianos representassem alguma ameaça à humanidade.

A mais nova investida da AIEA contra o Irã diz respeito a uma decisão do Conselho de Governadores da Agência, que aprovou, no último dia 5, uma resolução exigindo que Teerã melhore a colaboração com o órgão nuclear das Nações Unidas, pressionando ainda para que o regime iraniano permita o acesso de inspetores da Agência.

Isso ocorre dezoito meses após uma resolução instar o Irã a acatar, “com urgência”, as demandas por averiguação da agência sobre traços de urânio encontrados em localidades “não-declaradas”.

Apesar de reduzir o número de instalações sob investigação de três para duas, a resolução aponta que a República Islâmica ainda tem de “emitir respostas satisfatórias sobre os resíduos”.

“Responsabilizar o Irã conforme suas obrigações legais é uma necessidade há tempos”, reiterou uma nota conjunta de Reino Unido, França e Alemanha, em argumento ao Conselho”. “Teerã tem de urgente, absoluta e decisivamente colaborar com a agência” (Monitor do Oriente Médio, 6/6).

A primeira pergunta que se coloca – a mais óbvia, inclusive – é se a AIEA exerce, sobre os demais países que comprovadamente têm armas nucleares, a mesma pressão feita sobre a República Islâmica. Por acaso os inspetores da Agência visitam os EUA, a França, a Inglaterra e Israel (suspeita-se que Israel – sem comprovação, na medida em que o Estado sionista não permite a inspeção de suas supostas instalações nucleares – tenha cerca de 90 armas atômicas) para inspecionar os locais de armazenamento nuclear desses países?  

Por mais de uma vez o Irã já afirmou e reafirmou que seu programa nuclear “sob nenhuma circunstância procurará, desenvolverá ou adquirirá armas nucleares”. A República Islâmica já permitiu – muito mais do que devia, inclusive – que os inspetores da AIEA visitassem o país para inspecionar o seu programa nuclear. 

No entanto, mesmo que o programa nuclear iraniano se destinasse ao desenvolvimento de armas nucleares, isso é absolutamente legítimo, pois qual seria o temor? Os demais países detentores de armamento atômico (EUA, França, Inglaterra) – muito mais ameaçadores e agressivos do que a República Islâmica – detém toneladas de bombas e artefatos nucleares, inclusive já tendo feito uso delas, como os Estados Unidos, que despejou bombas nucleares nas cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, em 1945.

O que o imperialismo deseja, obviamente, não é somente controlar, mas neutralizar a capacidade de defesa do Irã, deixando o país vulnerável à agressão militar do imperialismo e do sionismo. Os sionistas israelenses já realizaram dezenas de operações de espionagem e ameaças às instalações nucleares iranianas com o objetivo claro de intimidação para fazer com que o Irã recue ou desista da sua determinação de se proteger frente às ameaças imperialistas. 

Não parece que lograrão êxito, pois a República Islâmica está firmemente decidida a seguir com seu programa nuclear, seja para fins pacíficos, militares ou para o que quer que seja. Trata-se de uma questão de soberania nacional, algo que os iranianos tratam, desde 1979 (ano da revolução que fundou a República Islâmica), com especial determinação.

* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário

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