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Coluna

Os comprados e os falidos

Um comentário sobre a esquerda filoimperialista

Apoio aos golpes de Estado contra os governos nacionalistas latino americanos iniciados no final da primeira década dos anos 2000, aí incluído o golpe contra Dilma Rousseff, Lula e o PT; apoio ao golpe no Egito em 2013, que derrubou o chefe da Irmandade Muçulmana e colou o general Al Sisi no poder; apoio aos esforços, no final infrutíferos, para derrubar Bashar al-Assad na Síria; apoio à queda e ao assassinato de Kadafi na Líbia, em 2011; apoio à Ucrânia, utilizada como mera cabeça de ponte pelo imperialismo norte-americano e europeu, nos ataques contra a Rússia, que respondeu com a Operação Militar Especial em 2022; oposição, aberta ou mascarada, às organizações que lideram a resistência armada palestina, em especial ao Movimento de Resistência Islmâmica ― Hamas.

Elencamos aqui apenas alguns poucos exemplos de bandeiras ou reivindicações às quais um conjunto de organizações políticas de esquerda, algumas das quais se reivindicando “revolucionárias”, prestaram apoio. No Brasil, ninguém melhor do que o PSTU exemplifica essas organizações. É o partido “morenista” quem levou de maneira mais consequente e aberta a defesa dessas reivindicações no campo da esquerda nacional. 

As demais organizações da esquerda pequeno-burguesa, porém, não deixaram o PSTU sozinho. Em maior ou menor grau, com maior ou menor ênfase, às vezes de modo mais escancarado, às vezes de modo mais tímido, PSOL e suas diversas correntes, PCB (e seu racha atual, chamado PCBR), UP, MRT e agrupamentos menores, seguiram a linha da política definida de mais clara e límpida pelo PSTU.

Estamos falando da esquerda filoimperialista. Em todas as questões políticas decisivas, nacionais e internacionais, basta olhar para a posição do imperialismo mundial para ver onde essa esquerda se encontra ― ao lado dele sempre.

O alinhamento sistemático ao imperialismo desperta, não raro, a ideia de que se trata de uma esquerda comprada, bancada, financiada pela grande burguesia mundial. Estaríamos diante, então, de uma esquerda que não seria mais do que um instrumento direto e imediato do imperialismo. Há precedentes na história que confirmam essa caracterização. É uma hipótese impossível de descartar, e o curso dos acontecimentos certamente ficará responsável por trazer as provas cabais que a confirmarão.

Mas há também o caso de setores de esquerda dominados pela confusão ideológica, pela falta de clareza política. Nesse caso, a cada etapa da luta, tais organizações se mostram como instrumentos políticos inaptos, defeituosos, incapazes de cumprir qualquer função minimamente condizente com os seus propósitos declarados. São organizações falidas, como se fossem um martelo já totalmente incapaz de martelar qualquer coisa. 

O golpe na Venezuela é mais um acontecimento que expõe à luz do dia a necessidade de superação dessa esquerda pequeno-burguesa, seja a comprada ou a falida. Toda ela, quase sem exceção, está ao lado do imperialismo contra a Venezuela. A superação de tais organizações é parte da fundamental da luta pela construção do partido operário revolucionário no Brasil (e no mundo).

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