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Oriente Médio

Os antissemitas são os pais do Estado de ‘Israel’

Opressores notórios dos judeus eram também sionistas, encontrando no movimento uma saída para diferentes problemas causados pela presença de judeus em seus países

O presidente da Federação Israelita do Estado do Rio de Janeiro (FIERJ), Alberto David Klein, publicou no sítio Poder 360, no último dia 9, um artigo intitulado Antissemitismo sempre nega a Israel o direito de existir, propondo. vejam só, um debate “absolutamente necessário”, “em razão do momento conturbado no Oriente Médio, com reflexos em escala mundial, muitos debates recheados de confusão ideológica e bastante má-fé, inclusive, aqui no Brasil”.

O momento conturbado seria marcado pela morte horripilante de mais de 15 mil crianças palestinas? Pelo assassinato de mais de 11 mil mulheres? Pelos mais de 83 mil palestinos feridos e um contingente superior a 1,7 milhão de desalojados? Não. Com os crimes cometidos por “Israel” chocando todo o planeta, Klein defende um “aprofundamento no que é o antissemitismo”.

“A ONU (Organização das Nações Unidas) apoiou a partilha da Palestina em 1947, determinando 2 Estados independentes. Jerusalém deveria ser uma cidade internacional por 10 anos, administrada pela ONU, até que um plebiscito decidisse qual nacionalidade deveria conduzi-la a partir de então.

Esse plano foi aceito pelos líderes sionistas, mas os representantes árabes rejeitaram a proposta. Israel declarou sua independência, em 1948, e a partir dali instauraram-se conflitos com os vizinhos árabes.”

Ora, porque os representantes árabes deveriam aceitar o roubo de suas terras é um mistério que Klein nem de longe se propõe a “aprofundar”, porém, é vital para a compreensão política do problema. Teriam os países imperialistas, em especial a Inglaterra em um primeiro momento e os EUA depois, legitimidade para determinar que a Palestina deve aceitar a perda de seu país para a instalação de uma colônia? Os países árabes, que desde a traição promovida por Inglaterra e França ao final da Primeira Grande Guerra, deveriam acreditar nas boas intenções com a criação de um Estado artificial no seu entorno? Por quê?

O argumento central de Klein é que negar o Estado de “Israel” de existir é uma manifestação de antissemitismo. O que o sionista faz questão de não discutir é que os verdadeiros antissemitas sempre apoiaram a criação da colônia no território árabe. Seja para controlar o Oriente Médio, conforme o interesse das potências imperialistas, seja para expulsar os judeus de seus países, caso notório de José Stálin, um dos principais apoiadores da criação do Estado artificial.

Após o pesadelo da Segunda Guerra Mundial, a partir de 1948, a União Soviética dirigida pelo stalinismo promoveria uma caça aos judeus eslavos, com episódios como a “Noite dos poetas assassinados” (1952) e o “Complô Médico” (1953), todos marcados pela brutal repressão aos judeus. Ao mesmo tempo em que aterrorizava a comunidade judaica da URSS, Stálin apoiava de maneira decisiva a criação de “Israel”, inclusive armando milícias fascistas como o Haganá, que obteve armamentos soviéticos via Tchecoslováquia, por meio dos quais impuseram um implacável regime de terror contra o povo palestino e expulsaram quase um milhão de árabes de suas casas em 1948, durante a Nakba (palavra em árabe que significa “A Catástrofe”).

Uma política similar fora adotada por ninguém menos que Adolf Hitler. É notório o papel de figuras sinistras como Vladimir Zeev Jabotinsky, fundador da milícia fascista Irgun e profundo admirador do nazismo, a ponto de ser chamado de Vladimir “Hitler” por ninguém menos que Ben Gurion, sionista “fundador” de “Israel”. Jabotinsky, por sinal, tem em sua história a colaboração com o regime nazista, com quem trabalhou em um plano para tirar quase um milhão de judeus da Polônia e outros países ocupados pela Alemanha nazista. Em sua defesa apaixonada do “Estado-nação” puro, Klein escamoteia solenemente o fato registrado pela história, de que opressores notórios dos judeus eram também sionistas, encontrando no movimento político uma resposta satisfatória a diferentes problemas causados pela presença de judeus em seus países.

Com uma desproporcional presença de poloneses em suas fileiras, é conceitualmente errado falar em ‘“antissemitismo” ao referir-se a ataques aos asquenazi que após a Segunda Grande Guerra povoaram o país artificial. O termo, no entanto, serve para os palestinos, estes sim semitas, cujo assassinato em escala industrial realizado pelos invasores da Palestina, não choca Klein e seus comparsas tanto quanto a denúncia dos crimes cometidos por “Israel”.

Para desacreditar a defesa do povo palestino, o autor recorre inclusive a lendas já desmentidas, cuidadosamente requentadas, como no trecho a seguir:

“O modo como ceifaram as vidas de bebês, de crianças e de mulheres –assassinatos com requintes de extrema crueldade–, os estupros e sequestros, mirando gente indefesa em Israel, judeus e não judeus.”

Partindo para o vale-tudo em defesa do enclave imperialista na Palestina, Klein age como um bom sionista, pouco ou nada preocupado com a verdade ou com a verdadeira desumanidade, os bombardeios incessantes de “Israel” contra residências, contra tendas, contra famélicos desesperados e contra crianças e mulheres. Se há algo positivo, é que, ao fazê-lo, o dirigente da FIERJ deixa claro que tipo de escória está sendo enfrentada pelo Hamas, por que não há outro caminho àqueles que desejam ver o fim do horror além de apoiar entusiasticamente o Hamas e os demais movimentos da Resistência Palestina, até que “Israel” seja extinto e a Palestina restabelecida em sua integridade, com independência e soberania.

Isso é o que um antissemita consequente deve defender. Não a opressão selvagem de um povo semita como os palestinos e demais povos árabes, mas o seu fim, que só poderá ocorrer com o fim de quem organiza a opressão do imperialismo na região: “Israel”.

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