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HISTÓRIA DA PALESTINA

Operação Litani: ‘Israel’ invade Líbano para massacrar palestinos

A ação militar tinha o objetivo de destruir a resistência palestina, liderada pela OLP e o Fatá, que haviam intensificado a luta contra o sionismo após expulsas da Jordânia

O Escritório do Diretor Nacional de Inteligência dos Estados Unidos publicou, nesta segunda-feira (11), o relatório anual do órgão sobre as ameaças ao imperialismo norte-americano. Na publicação, o governo dos EUA mantém o partido libanês Hesbolá como uma ameaça à sua “segurança”, avaliando que a Resistência Islâmica continuará apoiando o Hamas contra “Israel” por pelo menos um ano. 

Ocorre que o Hesbolá se desenvolveu entre os anos de 1982 e 1985, a partir da luta armada do povo libanês contra “Israel”, que invadiu o Líbano na década de 1970 e 1980 para afogar em sangue a resistência palestina, utilizando os bandos fascistas dos cristãos maronitas. Foi a época da Guerra Civil do Líbano, que durou oficialmente de 1975 a 1990.

Nessa conjuntura, ocorre a primeira invasão de “Israel” ao Líbano, no ano de 1978. Em uma operação militar batizada “Operação Litani”, as forças israelenses de ocupação invadiram o sul do país até o rio Litani, com o objetivo de expulsar a resistência palestina da fronteira. À época, a resistência era liderada pela Organização para a Libertação da Palestina (OLP), uma coalizão de diversas partidos e organizações armadas do povo palestino. A OLP, por sua vez, era liderada pelo Fatá, de Yasser Arafat. 

Em razão da expulsão de quase um milhão de palestinos de suas terras nos anos entre 1947 e 1948, quando o Estado de “Israel” é fundado, desencadeia-se o episódio conhecido como Nakba, levando a reorganização da resistência a ocorrer fora da Palestina, em países vizinhos, como Egito, Jordânia, Líbano e Síria. Por anos, a principal base de operações da OLP foi a Jordânia. 

Em 1970, contudo, o imperialismo, em especial os Estados Unidos, pressionou a monarquia jordaniana para expulsar a resistência palestina do país. Em episódio conhecido como Setembro Negro (de setembro de 1970 a julho de 1971), o rei Hussein bin Talal jogou o exército contra a OLP, conseguindo expulsá-la do país. Isto forçou a resistência palestina a se restabelecer no Líbano, para onde foram milhares de militantes.

No país dos cedros, guerrilheiros palestinos já vinham travando a luta contra “Israel” desde 1968, realizando ataques contra o norte dos territórios ocupados, a partir do sul das terras libanesas. Uma vez que o país passou a ser a principal base de operações da OLP, a luta contra o sionismo se intensificou ainda mais.

A fim de destruir a resistência, “Israel” realizou vários ataques aéreos entre os anos de 1968 e 1970, não só contra posições da OLP, mas também contra cidades libanesas e campos de refugiados palestinos. Por exemplo, os sionistas impulsionam as milícias fascistas dos cristãos maronitas, que realizaram massacres como o distrito de Carantina, no leste de Beirute (mais de 3 mil libaneses assassinados) e o do campo de refugiados Tel al-Zaatar (mais de 3 mil palestinos assassinados também).

Como ação direta, bombardeios israelenses no sul do país resultaram no martírio de cerca de 70 pessoas em 1977, a maioria das quais libaneses. Ademais, em 5 de março de 1978, comandos da Shayetet 13, unidade especial da marinha israelense, invadiram base de operações da OLP na praia de Damur. O objetivo era assassinar todos os comandantes da OLP que estavam no local, mas só mataram os que estavam em um dos prédios, ignorando os demais, por inteligência errada que lhes havia sido fornecida.

A ação criminosa de “Israel” era uma tentativa de impedir que o plano da OLP de tomar controle de um hotel de luxo em Telavive. A ação da OLP, por sua vez, visava a abalar o setor de turismo de “Israel” e, por sua vez, inviabilizar os acordos de Camp David, de 1979, firmados entre Anuar Sadat (então presidente do Egito) e o fascista Menachem Begin (primeiro-ministro de “Israel” à época). Os acordos eram uma capitulação, tanto é que Sadat foi eventualmente morto em razão de tê-los firmado.

A tentativa de “Israel” falhou, e a operação da OLP foi desatada mesmo assim. Militantes palestinos chegaram aos territórios ocupados por mar. Contudo, por erros de cálculos, estavam distantes do local onde deveriam estar. Sob o comando da militante palestina Dalal Mughrabi, sequestraram um ônibus para chegar ao destino. Ocorre que, no caminho, foram interceptados diversas vezes pela polícia israelenses, que trocaram tiros com os militantes, sem considerar os civis israelenses que estavam no veículo. 

Eventualmente, o ônibus foi interceptado pelas forças de ocupação e a troca de tiros se generalizou. Segundo relatos, o veículo foi então destruído por um helicóptero israelense. Qualquer semelhança com o que aconteceu no dia 7 de outubro, com helicópteros das forças de ocupação destruindo casas israelenses, não é coincidência. Morreram 47 pessoas, nove combatentes da OLP (Mughrabi inclusive) e 38 israelenses.

Foi este o pretexto que “Israel” utilizou para invadir o sul do Líbano com suas próprias tropas, para destruir a OLP.

A área ao sul do rio Litani, com exceção da cidade de Tire, foi invadida e ocupada em uma ofensiva que durou uma semana. Com semelhante modus operandi utilizado por “Israel” na atual guerra contra a Faixa de Gaza, a invasão foi precedida por intensos bombardeios aéreos, navais e fogo de artilharia.

As semelhanças com o conflito atual não param por aí: em decorrência desses ataques, a maioria dos mortos foi da população civil palestina e libanesa. A maioria dos combatentes da OLP, contudo, conseguiu realizar um recuo tático ao norte, reorganizando-se para os anos de luta que viriam a seguir.

Nessa invasão, “Israel” assassinou pelo menos 2 mil libaneses e palestinos. Além disto, os bombardeios criminosos resultaram no deslocamento forçado de cerca de 250 mil.

À época da invasão, a principal força militar libanesa que auxiliou “Israel” foi o Exército do Sul Líbano, cujo comandante em 1978 era Saad Haadad, também seu fundador. O exército era uma das inúmeras milícias fascistas de cristãos maronitas, todas apoiadas e impulsionadas por “Israel” durante o curso da Guerra Civil, organziadas para derrotar a resistência Palestina.

Apesar das atrocidades cometidas durante a invasão de 1978, “Israel” só conseguiu expulsar a OLP do Líbano em 1982. Em razão de todo o morticínio e violência fascista a que os sionistas tiveram de recorrer, no entanto, acabaram impulsionando o povo libanês à luta armada, o que resultou na criação do Partido de Alá, Hesbolá.

Atualmente, o partido é uma das principais forças militares no Oriente Médio e travam a luta pelo fim do sionismo, e do Estado de “Israel”. Na atual Revolução Palestina, presta indispensável auxílio ao Hamas, ao atacar o norte dos territórios ocupado, ataques estes que já causaram várias baixas nas forças de ocupação e o deslocamento de mais de cem mil colonos sionistas.

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