Segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza, mais de 42.800 palestinos foram mortos em ataques israelenses. Além disso, milhares de pessoas estão soterradas debaixo de escombros e ameaçadas por enfermidades não tratadas devido ao bloqueio israelense e seu constante bombardeio em áreas civis.
A realidade brutal da invasão israelense à Gaza vem isolando a entidade sionista, levando autoridades de diversos países e organizações internacionais a se manifestarem sobre o conflito em curso.
“Toda a população do norte de Gaza corre o risco de morrer”, alertou no sábado (26) Joyce Msuya, subsecretária-geral interina para Assuntos Humanitários e coordenadora de ajuda emergencial da ONU, em um post no X.
“Israel” atacou hospitais em Gaza, deteve profissionais de saúde e impediu que socorristas resgatassem pessoas presas sob os escombros, de acordo com Msuya.
A subsecretária-geral continuou: “abrigos foram esvaziados e incendiados […] famílias foram separadas, homens e meninos foram levados em caminhões”, acrescentando que “esse desrespeito flagrante pela humanidade básica e pelas leis da guerra deve parar”.
Tal afirmação não foi feita levianamente, como demonstram os últimos relatórios vindos da Palestina, revelando algo que só pode ser descrito como um verdadeiro genocídio.
Gaza
- Mortos: pelo menos 42.924 pessoas, incluindo quase 16.765 crianças
- Feridos: mais de 100.833 pessoas
- Desaparecidos: mais de 10.000
Cisjordânia ocupada
- Mortos: pelo menos 760 pessoas, incluindo pelo menos 166 crianças
- Feridos: mais de 6.250 pessoas
Em Israel, as autoridades revisaram o número de mortos dos ataques de 7 de outubro de 1.405 para 1.139. Um número ainda por demais inflado, incluindo vítimas do próprio Estado israelense como mortes causadas pela Resistência palestina.
“Israel”
- Mortos: 1.139 pessoas
- Feridos: pelo menos 8.730
O chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS) Tedros Adhanom Ghebreyesus também reforçou o alerta da subsecretária, expressando profunda preocupação com a situação “catastrófica” em Gaza. Ele também destacou o grave impacto das hostilidades em andamento na área da saúde da região.
“As operações militares intensas que se desenrolam ao redor e dentro das instalações de saúde e a escassez crítica de suprimentos médicos, agravada pelo acesso severamente limitado, estão privando as pessoas de cuidados que salvam vidas”, escreveu Ghebreyesus no X, no último sábado (26).
Outro fator de agravo é a densidade populacional de Gaza, fruto do avanço da ocupação israelense que “espremeu” grande parte da população palestina nesta pequena circunscrição. O que conhecemos como Faixa de Gaza compreende cinco governadorias (ou províncias): Gaza Norte, Cidade de Gaza, Deir el-Balah, Khan Younis e Rafá.
Qualquer tentativa de evacuação da população civil dessa região tão densamente povoada, esbarrava em dois problemas fundamentais. O primeiro se relaciona a destruição da infraestrutura civil, em especial a malha rodoviária; já o segundo problema é que, tanto “Israel” quanto o Egito mantiveram suas fronteiras predominantemente fechadas, sendo responsáveis por deteriorar ainda mais a situação econômica e humanitária já debilitada em Gaza.
O diretor-geral da OMS acrescentou que o Hospital Kamal Adwan, na cidade de Jabalia, uma das poucas instalações médicas em funcionamento no norte de Gaza, foi gravemente afetada, com apenas um número limitado de funcionários restantes para cuidar de quase 200 pacientes após a detenção de 44 homens.
No início desta semana, o Ministério da Saúde do enclave palestino alegou que as “Forças de Ocupação de ‘Israel’” (FOI) invadiram o hospital, detendo centenas de funcionários, pacientes e civis que buscavam refúgio.
A devastação à infraestrutura de Gaza é uma das principais consequências da invasão sionista. Conforme os dados mais recentes do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários, da Organização Mundial da Saúde e do governo palestino, até 27 de outubro, os ataques israelenses causaram:
- dano, ou destruição de mais de 50% das residências em Gaza.
- 80% das instalações comerciais sofreram degradação direta dos ataques israelenses
- 87% dos prédios escolares foram danificados
- Instalações de saúde: 17 dos 36 hospitais estão funcionando parcialmente devido aos ataques israelenses
- 68% da malha rodoviária está danificada
- 68% das terras cultiváveis estão inviabilizadas
Ademais, desde 2007, “Israel” mantém um rígido controle sobre o espaço aéreo e as águas territoriais de Gaza, restringindo o movimento de mercadorias e pessoas que entram e saem de Gaza.
É preciso destacar que toda essa opressão se eleva a partir dos ataques liderados pelo Hamas em 7 de outubro de 2023, ao sul do território ocupado pela ditadura sionista, quando o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netaniahu, ameaçou transformar Gaza em uma “ilha deserta” e advertiu seus residentes a “saírem agora”. Mais de um ano após o início do conflito, cerca de 90% dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza foram desalojados, a maioria deles várias vezes seguidas, de acordo com estimativas da ONU.