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Ministério da Fazenda

O vale tudo para defender ‘Taxad’

Apoiadores do governo federal fazem malabarismo para defender política econômica desastrosa de Fernando Haddad

Em artigo intitulado “Taxad” é uma mentira dos ricos (17/7/2024) e publicado no portal Brasil247, o deputado federal Elvino Bohn Gass (PT-RS) , líder da Bancada do PT na Câmara, defendeu que o apelido de “Taxad” dado ao ministro da Fazenda Fernando Haddad seria “injusto”. Ignorando completamente a famigerada “taxa da blusinha”, como ficou popularmente a cobrança de impostos sobre importados de baixo valor, Gass atribui à burguesia a invenção do termo, dizendo:

“Mas, então, porque inventaram esse apelido injusto (‘taxad’) para o ministro da Fazenda?

É simples: com o compromisso de equilibrar as contas públicas, Haddad precisou identificar de onde poderiam vir novas receitas e em quais setores se poderia reduzir a despesa. Nesta busca, descobriu cerca de R$ 546 bilhões em benefícios fiscais, ou seja, isenção de impostos. E ao verificar quem mais estava se beneficiando disso, localizou, por exemplo, o agronegócio e o setor de combustíveis, ou seja, os mais ricos. 

Assim, toda a vez que cobram de Haddad o equilíbrio das contas, ele repete que é preciso corrigir algumas distorções fiscais que constituem verdadeiros privilégios no Brasil. Pronto. Isso bastou para que ele virasse alvo dos ricaços brasileiros. Daí nasceu o apelido cretino que, como tudo o que a direita repte e se encarrega de espalhar, é mentiroso.”

Seria interessante submeter a tese de Gass ao critério da verdade, a prática, e verificar a disposição popular em tomar partido do parlamentar e, claro, do ministro da Fazenda. Como dificilmente qualquer um dos dois elementos direitistas infiltrados no PT seria ousado a ponto de empreender tal teste, temos o Primeiro de Maio como termômetro.

O fiasco de uma atividade contando com a presença da principal liderança operária do País, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi uma eloquente demonstração dada pela classe trabalhadora à popularidade da política de Haddad, de seu “compromisso de equilibrar as contas públicas”. Só que não.

Com muita boa vontade, alguém poderia acreditar no parlamentar, quando diz que o apelido veio da direita e dos ricos. Ocorre que ele jamais despertaria preocupação em ninguém se não tivesse alta probabilidade de se espalhar pelo País. E o que faz com que o apelido se espalhe é justamente a elevada impopularidade da política do ministro.

De nada adianta Gass dizer que “em 2022, último ano da dupla Paulo Guedes/Bolsonaro, a carga tributária do Brasil chegou a 33,07% do PIB; a maior desde 2012. Em um ano de Lula, com Fernando Haddad na Fazenda, essa carga foi reduzida para 32,44%”. Se a política de terra arrasada de Guedes fosse a referência, a classe trabalhadora brasileira não teria se insurgido contra o governo anterior em grandes manifestações e enfrentado a operação das Forças Armadas e da PRF para diminuir a votação da esquerda, garantindo assim, com a força da mobilização popular, a vitória do presidente Lula.

A insensibilidade do parlamentar com as duras condições de vida do povo é tamanha que ele parece considerar positivo uma redução de inacreditáveis 0,63 pontos percentuais na carga tributária. Ora, trata-se claramente de uma redução vegetativa e o mesmo padrão se observa no que tange a outra “conquista” do ministro da Fazenda enaltecida por Gass de maneira acrítica:

“Neste período, Haddad fez o PIB e o emprego crescerem e a inflação diminuir.”

Aqui, o parlamentar adota a mesma forma de propaganda usada à exaustão pela direita, que toma indicadores isolados para destacar questões pontuais, tendo, no entanto, o cuidado de escamotear as questões principais da discussão.

O crescimento do PIB e do emprego destacado por Gass não são mais do que balanços aritméticos, úteis para fins de propaganda eleitoral, mas inócuos para o problema real da classe trabalhadora, que precisa de uma redução drástica no desemprego, para alocar dezenas de milhões de trabalhadores desempregados e aliviar a pressão sofrida pelos milhões que estão empregados, mas são pressionados pelo enorme contingente de mão-de-obra de reserva disponível. Em um quadro tão dramático quanto o da economia brasileira, o PIB precisaria ter um crescimento real, de no mínimo dois dígitos e durante um período prolongado para superar a miséria que aflige a classe operária. Isso, inclusive, é um remédio para a inflação muito mais eficiente do que o arrocho contra o consumo para abaixar os preços, uma medida igualmente artificial.

“Além disso, Haddad comandou a Reforma Tributária que o Brasil esperava há quatro décadas. A reforma reduz a carga tributária para 90% do povo brasileiro; imposto da cesta básica foi zerado e os mais pobres terão isenção de água, luz, gás e, ainda, cashback.”

Em sua campanha pelas “conquistas” do ministro direitista, Gass pode ter se “esquecido” de uma armadilha posta na Reforma Tributária, mas não custa lembrar: no projeto aprovado na Câmara dos Deputados e que segue agora para apreciação do Senado Federal, existe uma aberração chamado Imposto Seletivo (IS), também chamado de “imposto do pecado”, que incindirá sobre produtos que supostamente causem mal à saúde ou ao meio-ambiente. Ou seja, tudo pode ser alvo de uma dupla tributação.

Os “ricos” denunciados por Gass, por exemplo, aplaudiram a Reforma em diversos editoriais, em todos os órgãos que defenderam o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff, a prisão do presidente Lula e que trataram Bolsonaro como “uma escolha difícil”.

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