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Resistência Armada

O “triângulo de fogo” da Cisjordânia

A revolta do povo oprimido na Palestina é tamanha que brigadas de combate agora surgem em quase todos os bairros das cidades da Cisjordânia

No último dia 25 de agosto, um jovem palestino da área de Jenin, Izz al-Din Kanaan, de 20 anos, morreu devido aos ferimentos causados por disparos israelenses em julho. Kanaan foi atingido na cabeça por um atirador de elite israelense durante uma incursão maciça de dois dias do exército israelense em Jenin, que resultou na morte de 14 pessoas. O momento do ataque foi capturado por câmeras de vigilância, confirmando relatos de testemunhas de que Kanaan não participava de protestos ou confrontos armados no momento de sua morte. A incursão em Jenin, realizada em julho, foi a maior na Cisjordânia desde a Segunda Intifada em 2002.

Durante uma incursão no campo de refugiados de Tulkarem, na região noroeste da Cisjordânia, as forças israelenses atiraram e feriram cinco palestinos. O ataque desencadeou confrontos com os residentes, incluindo membros da Brigada de Tulkarem, um grupo local de resistência armada no campo. A brigada, composta por combatentes de diferentes afiliações faccionais, como Fatá e Jiade Islâmica, divulgou uma declaração afirmando que suas forças atingiram um atirador entre as fileiras das forças israelenses. 

O exército israelense não emitiu nenhuma declaração sobre o incidente. No dia seguinte, forças israelenses realizaram várias incursões na Cisjordânia, resultando na prisão de pelo menos 18 palestinos. Confrontos armados foram relatados no campo de refugiados de Balata em Nablus, com combatentes respondendo às forças israelenses com tiros e explosivos.

As ações do final de semana ocorreram em meio aos apelos do Conselho Revolucionário da Fatá para que os palestinos se engajem em uma “resistência não armada” contra a ocupação israelense. A Fatá é o partido governante da Autoridade Palestina, liderado pelo presidente Mahmoud Abbas desde 2005.

Enquanto isto, em Ramalá, palestinos se reuniram no centro da cidade em 26 de agosto, exigindo a libertação imediata do prisioneiro Walid Daqqah, escritor e ativista palestino detido por Israel desde 1986. Daqqah, diagnosticado com uma forma agressiva de câncer na medula óssea, teve sua sentença inicial prorrogada por mais dois anos sob alegações de contrabando de telefones para a prisão. A campanha pela libertação de Walid Daqqah ganhou força nacional em meio ao agravamento de seu estado de saúde e após as mortes de prisioneiros palestinos em custódia israelense, incluindo o prisioneiro em greve de fome Khader Adnan em maio deste ano e Nasser Abu Hmeid, também acometido por câncer, em dezembro de 2022.

Em um território marcado por conflitos incessantes, as Brigadas de Resistência estão emergindo como uma expressão clara da revolta popular na Palestina. A presença dessas brigadas em toda a região destaca a persistente luta do povo palestino contra as incursões israelenses, evidenciando o caráter nazista e genocida das ações de “Israel”.

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