Desde o dia 7 de outubro, quando o Movimento de Resistência Islâmica Hamas executou uma bem sucedida ação militar contra o território israelense, denominada “Dilúvio de Al-Aqsa”, não houve um só dia em que não foi possível ver estampada nas páginas da imprensa pró-imperialista mundial, artigos, matérias e reportagens buscando atacar o grupo político-militar palestino, com as mais diferentes classificações, desde um grupo de “fanáticos religiosos”, “psicopatas”, “terroristas”, indo até a “perigosos sequestradores e “decepadores de cabeças de crianças”, dentre outras adjetivações.
Trata-se, obviamente, de ataques caluniosos contra a organização política palestina, que desde 2006 – quando venceu as eleições – administra a Faixa de Gaza. O Hamas, no entanto, não aparece para a maioria da população palestina como apenas os administradores políticos de Gaza, mas significa, para a quase totalidade da população, o grupo que mais e melhor representa os anseios do povo palestino.
Esse apoio e reconhecimento à organização de políticos e combatentes como o legítimo representante da população palestina (que já era grande) cresceu exponencialmente depois do dia 7 de outubro.
Já em dezembro do ano passado, pouco mais de dois meses após a ação militar que deixou os sionistas atordoados, uma pesquisa realizada pelo Centro Palestino para Pesquisas e Análise Política, demonstrava o enorme apoio da população ao Hamas, muito em função da vitoriosa operação no sul de “Israel”. A pesquisa revelou que cerca de 72% dos entrevistados acreditavam que a decisão do Hamas de lançar a ofensiva militar contra o Estado sionista foi acertada.
Agora, seis meses após a pesquisa acima referenciada, o mesmo Instituto revelou que cresceu ainda mais o apoio ao Hamas e à luta armada como método para a conquista do Estado Palestino.
Cerca de 40% dos entrevistados manifestaram preferência pelo movimento Hamas, um aumento de 6% nos últimos três meses. Enquanto isso, o apoio à organização Fatá obteve 20% de aprovação, um aumento de três pontos percentuais em relação a março (Sputnik, 14/6).
No caso da Cisjordânia, 41% dos residentes manifestaram apoio ao Hamas, em comparação com 35% há três meses. Enquanto isso, 17% apoiam o Fatá, um aumento de cinco pontos percentuais (Idem, 14/6).
O fato é que as calúnias e os ataques do imperialismo e do sionismo para desacreditar e desqualificar o Hamas podem até chegar aos ouvidos dos palestinos, mas não são assimiladas, não são acreditadas. Isso não é um fenômeno artificial, ocasional, que ocorre por conta do conflito atual com os israelenses, ou por meio de alguma estratégia de marketing propagandística, mas pelo fato de que a organização político-militar que lidera a Resistência e a luta contra a ocupação sionista conquistou todo esse imenso apoio popular lastreado na luta, na determinação heroica de ir às últimas consequências; no desejo de não renunciar à luta e ao enfrentamento; no compromisso de sacrificar a própria vida em defesa do superior interesse da nação, do povo palestino.
Enquanto isso, a organização Fatá, que se enveredou pelo caminho da conciliação com os sionistas, cada vez mais perde apoio entre a população dos territórios ocupados, pois estes veem nessa política de aproximação com os israelenses assassinos uma traição à causa Palestina. O resultado não podia ser mesmo outro.