A história de todas as sociedades que existiram até aos nossos dias é a história da luta de classes. Nas primeiras épocas históricas, constatamos, quase por toda a parte, uma organização completa da sociedade em classes distintas, uma escala gradual de condições sociais: na Roma antiga, encontramos patrícios, cavaleiros, plebeus e escravos; na Idade Média, senhores feudais, vassalos, mestres, oficiais e servos, e, além disso, em quase todas estas classes encontramos graduações especiais. A sociedade burguesa moderna, que saiu das ruínas da sociedade feudal, não aboliu os antagonismos de classes. Apenas substituiu as velhas classes, as velhas condições de opressão, as velhas formas de luta por outras novas.
E hoje nestes tempos líquidos nasce um novo principado, e por que não dizer potestade: o coach. Esta maneira fundada para ensinar o incauto a reaprender formas de enriquecer, que, na verdade, não acontecem, nos fazem lembrar de como a filosofia e sociologia estão alijadas do sistema educacional, por isso existe clientela ouvindo e “babando” diante da retórica nada diversificada, que traz uma receita de bolo solado para estancar a inteligência.
Ocorrendo assim a instauração do senso comum e da falta de vocabulário e linguagem, fora o senso crítico, que está ficando engessado nesta fase neoliberal/robótica, que inclui personas como o pré-candidato à Prefeitura de São Paulo Pablo Marçal: “o coach PABLO MARÇAL é um verdadeiro fenômeno nas redes sociais. Ainda que esteja longe de uma vitória eleitoral na maior cidade do país, ele é, sem dúvidas, o postulante que obtém mais engajamento nas plataformas. Marçal é conhecido por situações inusitadas, como a vez em que levou um grupo de adeptos para uma trilha na montanha em meio a uma tempestade e quase causou uma tragédia, ou mais recentemente por ter se envolvido em polêmicas acerca do colapso climático do Rio Grande do Sul. Ele definitivamente engajará fãs e haters”.
Um principado é um território governado por um príncipe. É distinto de um reino, normalmente por ser um microestado, outras vezes porque não tem soberania total.
A independência do coach ou simulacro, vem passando um trator por sobre professores, que, na verdade, com toda a sua sabedoria está assistindo sua liberdade de cátedra ser atirada ao solo da mediocridade youtuberiana ou similar com seus “saiba mais” indutores e modeladores de súditos sedentos de se tornarem xerox da xerox (afinal, são hipnotizados pela magia da sociedade pós-industrial)
Para os coaches TUDO! E, para os professores universitários, NENHUM reajuste. Onde iremos parar? No país da HOMOGENEIDADE?
Outsiders com sangue de I.A. e sem empatia estão sedentos de poder, e como raposas famintas, agora querem deixar de ser príncipes da Internet para se transformarem em potestades nacionais montadas em cargos executivos, legislativos e etc.