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100 anos da morte de Lênin

Os marxistas são contra a guerra?

Corrente do PSOL acredita que Lênin era um pacifista

O portal Esquerda Online, ligado à Resistência, corrente interna do PSOL, publicou um artigo chamado O que Lênin tinha a dizer sobre o socialismo e a guerra?

O artigo é constituído, em sua maior parte, por algumas considerações genéricas e abstrações sobre a posição de Lênin em relação à guerra. 

O texto inicia afirmando que o “slogan mais famoso associado a Lênin é ‘Pão, paz e terra’ – reivindicações simples colocadas depois que a Revolução Russa de fevereiro de 1917 derrubou o czar, mas quando a classe trabalhadora e o campesinato ainda enfrentavam as privações da guerra. A Revolução de Outubro, conduzida pelos bolcheviques, retirou a Rússia da Primeira Guerra Mundial.”

Não há nenhuma novidade na afirmação, que do ponto de vista das informações gerais, não está errada. O texto todo é feito desse tipo de colocação.

O problema são as conclusões do artigo. Depois de tantas colocações genéricas, o autor do texto conclui dizendo que “Lênin compreendeu que, para alcançar a paz, os socialistas e o movimento da classe trabalhadora precisaria se opor a todas as guerras, mas, em última análise, também lutar para derrubar o sistema que produz a guerra.”

Segundo o autor, os marxistas deveriam então opor-se a “todas as guerras”. Lênin seria um pacifista, com a única diferença que ele considera as guerras como produto da luta de classes. O autor do texto transformou o líder da Revolução Russa num sociólogo universitário. É como dizer que os “marxistas são contra o roubo, mas consideram que o roubo é um produto da luta de classes”; e assim poderíamos formular um sem número de frases como essas.

Que a guerra é um produto da luta de classes, não há que negar. A questão aqui seria saber se realmente Lênin e os marxistas seriam contra todas as guerras. Antes de respondermos a essa pergunta, sejamos justos com o autor, que afirma que “ele [Lênin] falava em transformar a “guerra imperialista em uma guerra civil” – que a guerra deve ser travada no fronte interno e que os socialistas deveriam convocar para a derrota da sua própria classe dominante”, ou seja, o autor ao menos entende que Lênin não é contra uma guerra civil, o que também seria muito extravagante de se dizer sobre o homem que comandou, junto com Leon Trótski, o Exército Vermelho.

Mas, levando em consideração as guerras entre nações, será mesmo que Lênin era contra todas as guerras? A resposta é não.

Lênin e os marxistas se colocaram contra a Primeira Guerra Mundial por considerarem que se tratava de uma guerra entre os países imperialistas. Isso significa dizer que a classe trabalhadora não deveria ficar a favor dos capitalistas imperialistas de nenhum desses países, que qualquer um dos lados nada mais era do que o senhor lutando pelo maior domínio dos seus escravos.

Em 1916, o militante bolchevique Gregori Zinoviev publicou o texto Guerras Defensivas e de Agressão. Ali, ele explica a diferença entre uma guerra defensiva, quando um país está reagindo a uma agressão, e uma guerra de agressão. Mais importante é sua explicação sobre a posição dos marxistas: “Em um certo sentido, todas as guerras dos povos não-europeus, que foram transformados em meros objetos da política imperialista, são guerras ‘justas’ de defesa.” Isso significa que os marxistas não são contra uma guerra de um povo oprimido que se levanta contra um país imperialista.

É o caso de muitas guerras atuais. Por exemplo, a Guerra na Ucrânia em que o imperialismo usa o país como bucha de canhão para agredir a Rússia. Segundo os bolcheviques, precisamos estar do lado da Rússia nessa guerra, que se defende contra a agressão do imperialismo.

Por isso, por exemplo, Leon Trótski afirmou, em entrevista a Mateo Fossa, que “Suponhamos, entretanto, que, amanhã, a Inglaterra entre em conflito militar com o Brasil. Eu pergunto a você de que lado do conflito estará a classe operária? Eu responderia: nesse caso eu estaria do lado do Brasil ‘fascista’ contra a Inglaterra ‘democrática’. Por quê? Porque o conflito entre os dois países não será uma questão de democracia ou fascismo. Se a Inglaterra triunfasse, ela colocaria um outro fascista no Rio de Janeiro e fortaleceria o controle sobre o Brasil. No caso contrário, se o Brasil triunfasse, isso daria um poderoso impulso à consciência nacional e democrática do país e levaria à derrubada da ditadura de Vargas. A derrota da Inglaterra, ao mesmo tempo, representaria um duro golpe para o imperialismo britânico e daria um grande impulso ao movimento revolucionário do proletariado inglês”.

Trótski, que era um seguidor de Lênin e da tradição bolchevique, não era contra qualquer guerra. Ele explicou, assim como acreditava Lênin, que numa guerra entre um país atrasado e um país imperialista, os marxistas devem estar ao lado do primeiro contra o segundo.

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