Passados 10 dias do assassinato de Ismail Hanié, líder do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), a República Islâmica do Irã ainda não revelou qual seria a sua grande arma contra a entidade sionista. Diferentemente da Operação Promessa Cumprida, em que o Irã retaliou “Israel” lançando mais de 300 veículos aéreos não tripulados (VANTs), o país persa ainda não atacou diretamente a entidade sionista.
Esse fato tem permitido que a imprensa imperialista faça uma campanha caluniosa contra a República Islâmica do Irã, apresentando a nação persa como fraca. Segundo os porta-vozes dos grandes monopólios internacionais dão a entender, o Irã teria sofrido uma humilhante agressão de “Israel”, mas não terá coragem de se defender.
É o caso do portal Politico, por exemplo, que afirmou que o Irã teria desistido de contra-atacar “Israel” porque seria incapaz de lidar com as consequências. A acusação apenas se soma a tudo o que já foi dito pelo imperialismo após o assassinato, que procurou apresentar o assassinato de Hanié como o resultado de uma grande incompetência por parte das autoridades iranianas.
Essa versão já havia aparecido na caluniosa matéria do jornal The New York Times, que afirmou que, ao contrário do que disse a República Islâmica do Irã, Ismail Hanié teria sido assassinato não por um ataque aéreo, mas por uma bomba implementada há meses no interior de um complexo da Guarda Revolucionária. Ou seja, segundo a campanha imperialista, o Irã seria incapaz de se defender, pois o seu aparato de segurança estaria completamente comprometido e corrompido pelo sionismo.
Trata-se de uma grande campanha de pressão contra o Irã. Para o imperialismo, apresentar o Irã como fraco não apenas visa abalar o moral do regime persa, mas também minar as relações do Irã com o Eixo da Resistência. É justamente a capacidade militar do Irã que fornece ao Hesbolá, ao Ansar Alá e as milícias xiitas na Síria a segurança para levar adiante suas batalhas contra o imperialismo.
A campanha, no entanto, não corresponde à realidade. Em primeiro lugar, convém destacar que a própria Operação Promessa Cumprida demorou 13 dias para acontecer – e sequer completaram-se 13 dias desde que Hanié foi assassinado.
Em segundo lugar, é preciso destacar que a política do Irã frente ao imperialismo nunca foi a de um choque direto e desesperado. O Eixo da Resistência vem sendo extremamente vitorioso na guerra contra “Israel” justamente porque o Irã conduz o conflito como um grande jogo de xadrez. Ao contrário de “Israel”, que age de maneira desesperada, o Irã age com calma, cercando o seu inimigo.
Neste sentido, as ameaças do Irã já trouxeram muito prejuízo a “Israel”. A própria expectativa de um ataque já fez com que empresas aéreas cancelassem voos, que as bolsas de valores entrassem em crise e o próprio imperialismo norte-americano se desesperasse. O prometido “castigo” do Irã já começou a partir do momento em que já se estabeleceu como uma potência militar na região e que prometeu atacar, no seu tempo, à sua maneira.