Com a morte de Ebrahim Raisi e devido à situação na Palestina, a imprensa burguesa, e alguns esquerdistas “aloprados”, seguem a cartilha imperialista de caluniar o Irã como uma sociedade similar à Alemanha nazista. Contudo, essa comparação é infundada e desinformada. Os líderes anteriores nunca demonstraram a mesma determinação política observada no presidente recentemente falecido. Embora o regime político iraniano possa parecer complexo para alguns, a união de Ibrahim Raiz e Ali Khamenei, líder do Supremo Tribunal, colocou o Irã firmemente em rota de colisão com o imperialismo. Este confronto é estruturado, sério e profundo, especialmente evidente nas complexidades dos conflitos no Oriente Médio e na luta contínua na Palestina.
As engrenagens do Eixo da Resistência são movidas pelas políticas do governo iraniano, uma verdade amplamente conhecida. Observamos a presença ativa do Hamas, da Jihad Islâmica e de outras organizações palestinas em confronto com Israel, com o Irã exercendo influência na articulação desses esforços sob a liderança do presidente atual. Os atores-chave nesse jogo incluem a resistência regular no sul do Líbano, o Hesbolá, que, embora não diretamente coordenados pelo Irã, compartilham afinidades religiosas e objetivos comuns contra o sionismo.
O Irã emerge como um pilar vital nessa resistência, cuja ausência teria consequências significativamente mais graves na região. É o general Soleimani, reverenciado por muitos especialistas militares como um líder excepcional, creditado por orquestrar a construção de uma estrutura militar defensiva e ofensiva de enorme importância. Sua morte, perpetrada pelas forças americanas, ressalta a hostilidade profunda e duradoura entre o Irã e o imperialismo global.
Desde a Revolução Islâmica de 1979, o Irã enfrenta um bloqueio contínuo e implacável imposto pelos Estados Unidos. A CIA é responsável pelo assassinato de mais de cem cientistas iranianos nos últimos anos, em uma tentativa infrutífera de frustrar o programa de armamento do país. Além disso, o Irã sofreu 240 atentados terroristas promovidos pelo imperialismo desde então, o mais recente ocorrendo durante um cortejo em homenagem ao general Soleimani, resultando em dezenas de mortes.
Diante desses fatos, é compreensível questionar a tentativa de responsabilizar exclusivamente o Irã por suas ações, sem considerar o contexto histórico e as adversidades enfrentadas pelo país. Embora seja difícil determinar o número exato de vítimas causadas pelas políticas do presidente falecido, é inegável que o Irã passou por uma série de desafios, incluindo uma revolução, uma guerra devastadora com o Iraque e inúmeras tentativas de desestabilização e terrorismo por parte do imperialismo.
Em qualquer lugar do mundo, qualquer que fosse o regime, a situação pode escalar de maneira violenta. Vamos supor que estamos no Brasil, e um grupo de esquerda, não islâmicos, começaram a jogar bombas aqui. Logicamente, várias pessoas vão ser presas e uma grande parte delas será confinada.
No entanto, a narrativa muitas vezes é distorcida e simplificada, sem levar em conta a complexidade e a profundidade dos eventos. Os defensores dos direitos humanos frequentemente falham em contextualizar suas críticas, e não parecem aplicar tamanha crítica a um regime verdadeiramente carniceiro, como é o de Israel contra os palestinos.
Não precisamos de um conhecimento profundo para saber como funciona a campanha de calúnias do imperialismo contra os seus inimigos. Levando isso em conta, já teríamos um importante motivo para desconfiar de tudo que dizem contra o Irã