Previous slide
Next slide

Guerra no Líbano

O Hesbolá está fortalecido, mesmo com a queda de Assad

O imperialismo tenta usar a queda de Assad para difamar o Hesbolá, a verdade é que o partido libanês teve sua maior vitória contra "Israel" na guerra que terminou em novembro

A queda do governo de Bashar al-Assad na Síria levou o sionismo a propagar a ideia de que todo o Eixo da Resistência estaria condenado ao fracasso, principalmente o Hesbolá e Hamas que travam uma luta aberta contra o regime sionista e o imperialismo. Dessa forma, tal derrota comprometeria a existência das organizações resistências libanesa e palestina, uma vez que o país árabe possibilitou o abastecimento de suprimentos militares. A questão é que, ainda que tenha sido fundamental, a Síria não cumpre o papel decisivo de outrora, a resistência libanesa já se consolidou como uma importante força militar na região e, com o fim do recente conflito, impôs a terceira derrota seguida ao regime nazista israelense.

A declaração do ex-líder do Hesbolá, assassinado pelo sionismo, Hassan Nassaralá, sobre o papel da Síria em 2013 e 2015, de que a queda do governo Bashar al-Assad levaria toda resistência islâmica ao colapso, pode produzir esse mesmo sentimento hoje tendo em vista que o imperialismo busca isolar o Líbano. Além da questão militar, o território sírio também foi essencial como rota para fornecimento de combustível e medicamentos em virtude das sanções do imperialismo contra o Líbano em 2019. Mas, naquele momento a dependência da Síria para o fortalecimento das forças do Hesbolá era fundamental, a realidade hoje é muito diferente. Atualmente, a resistência libanesa dispõe de tecnologia para produzir drones e mísseis, além disso possui grande quantidade de mísseis sírios, sendo assim uma das maiores forças militares do mundo. No início deste ano, Nassaralá chegou a cogitar a possibilidade de comercializar mísseis em virtude de seu arsenal e capacidade de produção.

Após a derrubada de Bashar al-Assad pelos grupos de mercenários a serviço do imperialismo, as forças sionistas bombardearam mais de 300 instalações militares que incluem estruturas navais, armazéns e aeródromos. Em apenas dois dias, o regime nazista israelense buscou desmilitarizar totalmente o país árabe. Apesar de impactante, a ação imediata do enclave imperialista demonstra grande preocupação, não somente pela destruição das estruturas militares, mas também pelos assassinatos de pessoas capacitadas para organizar e operar a defesa síria. Nada garante que o atual regime liderado por Abu Mohammad al-Jolani, formado por grupos que possuem militantes de 91 nacionalidades, sendo apenas a metade árabes, conseguirão estabilizar a situação no país.

Por outro lado, toda a resistência islâmica foi organizada em meio a grandes adversidades, o Hesbolá mesmo se formou durante a invasão sionista ao Líbano em 1982 e depois de 18 anos de luta saiu vitorioso. O mesmo vale para o Hamas na Faixa de Gaza e para os Hutis no Iêmen, apesar de todo o cerco promovido pelo imperialismo, os movimentos de libertação prosperaram e travam neste momento a luta de suas vidas. É importante destacar o papel fundamental que cumpriu o ex-general iraniano, também assassinado pelo regime nazista israelense, Qasem Soleimani, na organização da resistência islâmica na região e que o Irã continuará a ter como força de dissuasão contra o sionismo e o imperialismo.

São justamente os desafios que movem essas organizações, o assassinato de quase todo quadro de lideranças do Hesbolá não impediu sua recente vitória após 70 dias de conflitos, o genocídio de mais de 40 mil palestinos também não impediu o Hamas de travar uma luta que dura mais de um ano, bem como, a morte de Soleimani não impediu que Irã de dar uma resposta contudente aos recentes ataques sionistas. Da mesma forma, a derrubada do governo de Bashar al-Assad não impedirá a resistência de continuar a lutar e superar os desafios que se apresentarão, até porque a situação na Síria não pode ser dada como definitiva, ainda há muitos acontecimentos nessa próxima etapa.

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Rolar para cima

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.