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Expedito Mendonça

Militante trotskista há 40 anos, fundador e atual diretor do Sindsep-DF. Formado em História pela UniCEUB, membro da comissão de redação do Jornal Causa Operária e colunista do Diário Causa Operária.

Coluna

O futebol brasileiro e a crise dos ‘grandes’

Os interesses de rapina dos grandes grupos capitalistas estão conduzindo, ladeira abaixo, o melhor futebol do mundo

A “zuação” no futebol brasileiro é uma antiga tradição entre os torcedores. Faz parte da cultura nacional não somente a paixão pelo esporte mais popular do mundo e do qual somos mestres, professores, enfim, os melhores do planeta, mas também a “tirada de sarro”, a gozação com o torcedor do time adversário, aquele que é derrotado na rodada. Uma dessas “cornetagens” diz assim: se o campeonato (no caso aqui, o “Brasileirão”) terminasse hoje, Fluminense, Corinthians e Grêmio, três das mais tradicionais camisas do nosso futebol, estariam rebaixados, indo disputar a Série B em 2025. 

Tudo bem, alguém pode dizer assim: mas estamos somente no começo da competição, foram disputadas somente 14 rodadas e temos ainda muito chão pela frente. É verdade, mas lembremos que estamos diante de uma competição longa (são nove meses de campeonato) e das mais difíceis do mundo, senão a mais difícil e também com maior tempo de duração. Portanto, mesmo estando ainda no início, aqueles clubes que estão na parte debaixo da tabela, devem começar a se preocupar, a fazer as contas, pois se a recuperação for tardia, o risco de rebaixamento é grande, muito grande.

Somados, os três gigantes do esporte mais popular do País tem 13 títulos nacionais conquistados, com destaque para o “Coringão”, com sete taças levantadas. 

No cenário atual, a situação mais dramática é do Fluminense, que depois de 14 rodadas (até o fechamento desta edição), soma tão somente sete pontos, com uma vitória, quatro empates e nove derrotas, sendo seis delas consecutivas.

O atual campeão das Américas (Libertadores e Recopa) faz a sua pior campanha desde o início da competição, em 1970, quando foi o primeiro a conquistar o campeonato, que à época ostentava o nome de torneio, Roberto Gomes Pedrosa.

A crise, no entanto, não é somente do tricolor carioca. Outro tricolor, o Grêmio, encontra-se em situação semelhante, na zona de rebaixamento, junto com outro multicampeão, o Corinthians. O quarto que hoje seria rebaixado, estando também no Z4, é o Atlético-GO, o “Dragão”. 

A má campanha do Fluminense precipitou a queda do técnico campeão, Fernando Diniz, substituído por Mano Menezes, que tem agora a difícil tarefa de livrar a tradicional equipe carioca do rebaixamento. Em sua estreia como técnico do tricolor, o time apenas empatou em 1×1 com o Internacional, jogando em casa, no Maracanã, resultado que manteve a equipe carioca na lanterna da tabela, em vigésimo lugar. 

A chamada “crise dos grandes” não é outra coisa senão o resultado da mercantilização do nosso futebol, ou seja, a captura dos clubes pelos grandes negócios capitalistas, o modelo SAF, que se espalha nesse momento por quase todos os clubes nacionais, sejam eles de maior ou menor expressão.

Para reverter essa situação, colocando fim à bandalheira dos negócios capitalistas, é necessário que as torcidas não somente tenham ampla liberdade para se organizar e manifestar, como também devem assumir o controle dos clubes, escorraçando a cartolagem corrupta que, em conluio com os grandes capitalistas, estão destruindo o futebol nacional.

* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário

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