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Universidade Marxista

O fascismo é a forma mais acabada dos monopólios imperialistas

Nesta última aula, foi ensinado também que mesmo os regimes “democráticos” atuais não são democráticos, mas bonapartistas, pois se apoiam em aparatos repressivos de tipo fascistas

Neste domingo, dia 04 de fevereiro de 2024, ocorreu a quinta e última aula do curso Imperialismo, Fase Superior do Capitalismo (Conceitos Fundamentais), realizado no âmbito da 50ª Universidade de Férias da Aliança da Juventude Revolucionária (AJR).

Rui Costa Pimenta, presidente do Partido da Causa Operária (PCO), iniciou a aula dizendo que ela seria voltada a expor as conclusões finais sobre o fenômeno do imperialismo. Nesse sentido, retomou o que foi dito em aulas anteriores de que os monopólios imperialistas criam uma ditadura extremamente rígida sobre a economia, o que acaba tornando necessária uma ditadura política, afinal, esta é a expressão daquela.

A respeito da ditadura dos monopólios, Rui Pimenta explicou que a forma mais acaba dela é o fascismo. Aproveitou, então, para esclarecer por que razão os regimes dos países imperialistas atuais não são fascistas. Listou duas razões: a primeira delas, surgiu na conjuntura da Segunda Guerra Mundial. Nessa época, a reação das massas ao fascismo foi enorme, inclusive na União Soviética. A ponto de tornar este país a maior potência militar da Europa pós-guerra. O dirigente do PCO explanou então que essa reação revolucionária das massas dificultou que novas ditaduras fascistas (aos moldes da Alemanha, Itália, Portugal e Espanha) surgissem novamente na Europa. Contudo, Rui fez questão de frisar que houve tentativas de erigir tais ditaduras, tentativas estas combatidas pela luta de grupos armados nos próprios países desenvolvidos.

O segundo fator que impediu o surgimento de novas ditaduras fascistas foi o crescimento econômico do capitalismo no pós-guerra. Uma vez que a revolução na Europa havia sido derrotada, o imperialismo criou um plano de reconstrução econômica para o continente, que resultou na melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores.

Então, Rui faz um panorama histórico, partindo do fim da Segunda Grande Guerra até os dias atuais, frisando que a crise de 1974 foi um ponto de inflexão na decadência do imperialismo. Esta crise deu lugar a uma situação revolucionária, a qual o imperialismo conseguiu conter, seja mediante guerras, seja mediante a cooptação de lideranças revolucionárias.

Uma vez que essa revolução foi contida, não demorou muito para o imperialismo colocar em prática a política neoliberal, visando acabar com a nova crise de superprodução, destruindo parcelas inteiras da economia. Contudo, toda essa destruição neoliberal não conseguiu recuperar o capitalismo. Então, a conclusão tirada por Rui Pimenta é que o mundo está novamente na rota do desastre. Nesse sentido, o presidente do PCO relembra que, por ora, a classe operária está em refluxo. Contudo, assim que ela entrar em ação novamente, de forma generalizada, o que irá ocorrer é que os Estados imperialistas se transformarão em ditaduras fascistas.

Aliás, algo de fundamental importância dito por Rui é que mesmo os regimes “democráticos” atuais não são democráticos. São regimes bonapartistas, apoiados em aparatos repressivos de tipo fascistas, cujos métodos de repressão e espionagem foram incorporados às “democracias”.

O dirigente partidário então explicou, de forma sucinta, o que é fascismo. Valendo-se do que foi teorizado pelo revolucionário Leon Trótski, criador do exército vermelho, Rui disse que o fascismo é a abolição da democracia operária.

Assim, a democracia (burguesa) é algo do passado remoto, afinal, o fascismo está impregnado nos regimes democráticos.

Especificando essa questão, Rui diz que na época do capitalismo livre, o movimento revolucionário da classe operária podia crescer organicamente. Contudo, hoje em dia não é mais possível esse crescimento, nos moldes do que ocorreu com o desenvolvimento da Segunda Internacional e do Partido Social Democrata Alemão, por exemplo. E isto é justamente em razão do nível de repressão fascista que já existe entremeado mesmo nos regimes “democráticos”.

Nesse sentido, para que se consiga avançar em uma situação assim, o desafio é manter uma atuação prática marxista. Especificamente em uma situação de refluxo da classe operária: criar e desenvolver um Partido Revolucionário. Montar importante e amplo sistema de comunicação. Formar militantes. Um exército de agitação e de propaganda. E, também, um exército menor de redatores, para manter um jornal diário. Assim, o fundamental é a organização da vanguarda da classe operária. Rui explica, então, que o Partido é a oficialidade do exército operário, abrangendo desde sargentos a generais. E não é possível organizar esse exército sem a conscientização dos trabalhadores. Rui ensina, então, que, apesar da importância de cursos como este, a principal forma de conscientização dos trabalhadores se dá através da luta política, a exemplo a conscientização das massas de todo mundo da natureza fascista e genocida do Estado de “Israel” e do sionismo, nos desdobramentos da Operação Dilúvio de Al-Aqsa.

Além disto, no que tange à vanguarda da classe operária, Rui Pimenta diz que ela deve ser altamente centraliza (o mais centralizada possível). Contudo, essa centralização não deve ser algo burocrático, deve-se desenvolver organicamente a partir do desenvolvimento da consciência do proletariado. E, no que tange à centralização, ela deve ser de caráter nacional.

Outro tema tratado por Rui nesta última aula foi o problema da democracia, nos termos explicados por Lênin a respeito da falência da Segunda Internacional. Nisto, é esclarecida a questão da aristocracia operária, que são camadas superiores da classe operária subornadas pelos superlucros dos monopólios. Essa aristocracia da origem à burocracia sindical, que, por sua vez, da origem à burocracia dos partidos operários (ou pequeno burgueses com base operária).

Assim, a época do imperialismo é também uma de corrupção de setores da classe operária, justamente para controlar a classes.

Ao ser questionando a respeito do papel das ONGs, Rui Costa Pimenta esclarece que elas são formas análogas da corrupção das altas camadas da classe operária, contudo em relação às classes médias.

Finalizada essa questão, Rui explica um aspecto essencial da sociedade na época do imperialismo, isto é, o desenvolvimento desigual e combinado. Segundo esta teoria, que está conforme à realidade, atualmente os países capitalistas desenvolvidos correspondem a uma minoria ínfima. Ou seja, o desenvolvimento capitalista pleno é exceção.

Sobre isto, o dirigente do PCO esclarece: o imperialismo, ao impedir o desenvolvimento do capitalismo nos países oprimidos, também impede o surgimento de uma verdadeira democracia burguesa. Assim, o imperialismo se configura como o principal obstáculo para o progresso econômico e político, e o faz acentuando os aspectos retrógrados dos modos de produção pré-capitalistas. No caso de países como o Brasil, do latifúndio. Assim, o imperialismo faz o capitalismo penetrar em todos os países do mundo. Contudo, cria obstáculos nesses países, impedindo neles o desenvolvimento pleno do capitalismo e a que seja realizada uma revolução burguesa, isto é, que sejam solucionados os problemas democráticos fundamentais.

A aula então continua, com Rui explicando sobre a revolução burguesa atualmente. É explicado, primeiramente, que as revoluções burguesas são um anacronismo, pois é um fenômeno típico da época do capitalismo de livre concorrência. Além disto, apesar de as revoluções burguesas terem sido lideradas especialmente por setores mais radicais da pequena burguesia, a força principal dessas revoluções sempre foram as massas populares.

Atualmente, o setor predominante do povo são os operários, pois conduzem o processo produtivo. Rui ensina que, negar isto é abdicar do progresso. Como diz Leon Trótski, a cidade predomina sobre o campo. Assim, são os operários que conduzem o processo revolucionário, pois é o trabalho deles que faz a sociedade funcionar. Eles são a mola mestra do progresso econômico da sociedade.

Em razão disto, as tarefas democráticas típicas das revoluções burguesas só podem ser levadas às últimas consequências se a revolução burguesa se transformar em uma revolução socialista, com a classe operária expropriando a burguesia (Teoria da Revolução Permanente).

É possível, contudo, que tais revoluções não sejam levadas até o fim, por circunstâncias fora do controle da classe operária. Contudo, mesmo assim, é um avanço em direção à Revolução Proletária Mundial.

Destacando a importância das revoluções nos países atrasados. Rui Pimenta ensina que não é possível a Revolução Socialista nos países imperialistas, sem que estes sejam enfraquecidas pelas revoluções nos países atrasados.

Assim foi a última aula do curso Imperialismo, Fase Superior do Capitalismo (Conceitos Fundamentais)

Caso não tenha sido possível a você, leitor, assistir ao curso ao vivo, a aula continua disponível na página da Universidade Marxista. Inscreva-se no link abaixo:

https://unimarxista.org.br/

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