Em entrevista ao programa Reunião de Pauta, transmitido pela Causa Operária TV, André Frej, integrante da Aliança Palestina-Recife, explicou sua posição sobre a Operação Dilúvio al-Aqsa. O programa foi ao ar às 9h da manhã desta sexta-feira, 5 de janeiro, quando se completam 90 dias da operação liderada pelo Movimento de Resistência Islâmica (Hamas).
Filho de palestinos, André Frej afirmou que:
A gente não pode cair nessa narrativa que é imposta pela imprensa ocidental hegemônica, que é uma propaganda de guerra a serviço de um Estado colonialista, de um Estado de ocupação, porque é direito legítimo, de acordo com as regras do Direito Internacional, com todas as convenções, tratados, que um povo, sob um processo de colonização, reaja. Que ele, inclusive, como as Convenções de Genebra estabelecem, a luta armada para conseguir sua libertação. O projeto palestino, a resistência palestina é um projeto de libertação nacional.
Nós acreditamos que daqui a um tempo, esse episódio de 7 de Outubro vai ser tratado como uma efeméride porque foi um momento em que o Estado sionista foi desnudado. Esse mito de que as “Forças de Defesa”, que são um eufemismo para tratar de um exército que promove a limpeza étnica na Palestina, que as forças são impenetráveis, que é a maior potência militar… É uma potência militar que sofreu um baque em sua moral com a ação da resistência palestina, protagonizada principalmente pelo Hamas, o Movimento de Resistência Islâmica, mas em que todas as brigadas, todas as forças da resistência se somaram, e, agora, com 90 dias desse episódio, dessa ação, se anunciava que o exército de ocupação iria rapidamente destruir o Hamas, e o que a gente vê? A gente vê que lá, no campo de batalha, ‘Israel’ tem sofrido duras perdas, tanto de equipamentos, quanto de combatentes, porque a capacidade de resistência, tanto dos movimentos de resistência, quanto do próprio povo palestino têm, na verdade, inspirado toda a humanidade para prestar essa solidariedade e combater esse genocídio. A gente também tem que usar as palavras como devem ser ditas: o que acontece na Faixa de Gaza e também na Cisjordânia, neste momento, é um genocídio.
É como em Srebrenica, em que foram assassinadas cinco mil pessoas, muçulmanas todas, com Milosevic sendo condenado pelo Tribunal Penal Internacional. Então, não é só uma questão de número, mas de toda a características de implementação de um processo de não só deslocamento de populações, mas também em que as próprias lideranças do Estado de ‘Israel’ aparecem defendendo o extermínio do povo palestino.
Assista à edição desta quarta-feira do programa Reunião de Pauta na íntegra: