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Valéria Guerra

Jornalista (UMESP), historiadora, atriz com DRT-RJ, escritora, colunista do 247, PCO, e do meu site (https://guerraluz.prosaeverso.net/); mestre em Intervenção Psicológica no Desenvolvimento e na Educação; professora do Estado do RJ na cadeira de biologia, poetisa e ativista contra a desigualdade no Brasil e no mundo.

Coluna

O entorno do G20 e a rota da pobreza

A consciência de uma sociedade democrática real ainda está engatinhando, o povo vive à la bangu

A sociedade civil possui um marco regulatório.

O destino de poucos é resolver o destino de muitos. Estamos no Dia da Consciência Negra, uma data reflexiva que nos leva a resistir ao opressor. No entanto, a nossa consciência, enquanto sociedade verdadeiramente democrática, ainda está engatinhando. O povo vive “à la bangu”. Em cada esquina, não há uma livraria, e isso gera um déficit.

O sonho de consumo da maioria dos “invisíveis explorados” resume-se a futebol, churrasco e novela — e isso, na melhor das hipóteses. Essas atividades não são opções espontâneas; sempre foram induzidas.

No dia da libertação dos escravos, a maioria saiu descalça, comemorando a “alforria definitiva”…

O trabalhismo ainda chegaria para selecionar quais brasileiros seriam mais aptos à nova forma de escravidão.

A história é conduzida pelas rédeas do “Lucro”, e o fato da “Abolição da Escravatura” não fugiu a esta regra. Quando algum popular rompe barreiras e revoluciona o status quo por idealismo, surge a exceção histórica.

O evento do G20 ocorreu nos dias 18 e 19 de novembro de 2024, na “cidade maravilhosa” do Rio de Janeiro. Sua importância é visceral para os mandatários mundiais. O grupo conta com a participação de Chefes de Estado, Ministros de Finanças e Presidentes de Bancos Centrais de 19 países: África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia.

As notícias sobre o entorno do grande evento não poderiam ser diferentes: “Duas integrantes da comitiva do Timor-Leste, do G20 Social, relataram que foram furtadas no último domingo (17). A Operação Segurança Presente confirmou que foi acionada para prestar atendimento às duas mulheres.

O roubo de um cordão de ouro de uma das integrantes foi relatado em postagem nas redes sociais pela ativista Licypriya Kangujam. Ela afirmou que dois garotos levaram o cordão de sua mãe e fugiram em uma bicicleta. Também se disse muito desapontada com a ‘experiência horrível’ e lamentou que ninguém fez nada no momento do furto.

A informação sobre o furto foi inicialmente noticiada em reportagem do jornal O Globo. Segundo a Operação Segurança Presente, as duas vítimas foram atendidas por uma equipe bilíngue de agentes. Após ouvirem o relato, as policiais as levaram para percorrer algumas ruas do bairro em uma viatura da operação, na tentativa de localizar os autores do furto.”

O fragmento destaca a insegurança, a pobreza e a falta de conhecimento de um povo que continuou suas atividades cotidianas sem se importar com o entorno do G20 e suas decisões políticas, tão bem-intencionadas no campo das igualdades.

Uma bela foto ao final do evento internacional não consegue esconder o quanto o termo “ficar bem na foto” pode camuflar insuficiências. A nota publicada no Diário da Causa Operária revela que ainda existe jornalismo de vanguarda e senso crítico no Brasil: “A 19ª Cúpula do G20, realizada no Rio de Janeiro entre os dias 18 e 19 de novembro, trouxe líderes das maiores economias do mundo para discutir temas globais como segurança alimentar, mudanças climáticas e conflitos internacionais. Sob a presidência do Brasil, a cúpula foi marcada por omissões estratégicas, como a ausência de uma posição firme sobre o genocídio palestino. A declaração final do encontro reafirmou pontos genéricos, como o compromisso com a paz e o desenvolvimento sustentável, sem abordar diretamente as causas das crises que assolam o mundo. Em relação à Ucrânia, os países-membros evitaram atribuir responsabilidade à Rússia.”

Voltando à existência de um marco regulatório, vejamos: “O movimento inicial para a criação da agenda do MROSC deu-se em 2010, com a articulação da Plataforma por um Novo Marco Regulatório para as Organizações da Sociedade Civil, cujos membros representam diversas organizações, coletivos, redes e movimentos sociais.

São entidades representativas das mais variadas frentes e segmentos que reúnem organizações atuantes, por exemplo, na economia solidária.

E você, que talvez esteja realizando apenas uma refeição diária — ou nenhuma —, tem conhecimento deste marco? E como ele vem te auxiliando nesta tragédia crônica que é a pobreza?”

* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário

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