Neste domingo (4), aconteceu o segundo dia da 35ª Conferência Nacional do PCO. O evento iniciou com falas de diversos representantes de organizações, que enviaram suas saudações por texto ou por vídeos. Houve declarações de Zé Reinaldo, do PCdoB, de um representante da Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional (FMLN) de El Salvador e também do Partido Comunista da Colômbia. Uma representante da Juventude do PT (JPT), que estava em Moscou, também enviou seus cumprimentos e por fim foi transmitida a declaração de um membro da própria direção do Hamas.
Presencialmente, o discurso de saudação foi feito por Reda Souedi, um representante da comunidade árabe no Brasil e militante ativo na luta de defesa da Palestina. Sua declaração abriu o plenário.
“Saudar o PCO é saudar sua corajosa posição. Desde o começo do episódio de 7 de outubro, o PCO teve a coragem, a lucidez, a análise correta da conjuntura internacional de se posicionar de forma clara e corajosa a favor da resistência palestina. Como um partido político que não teve nenhuma oscilação em se colocar diante de uma campanha midiática que buscou satanizar e demonizar a resistência palestina. Isso fez toda a diferença e o tempo demonstrou como foi correta e corajosa essa posição.
A causa palestina, a luta dos povos árabes, dos movimentos de libertação árabe passou por períodos turbulentos desde o final da década de 70, quando se iniciou o projeto ‘da paz’, liderado pelos Estados Unidos, que buscou aniquilar os movimentos nacionais árabes e anexar o Estado israelense, colocá-lo para liderar toda a região do Oriente Médio dentro de uma política colonial. Isso foi interrompido em 7 de outubro com a ação da resistência palestina.
Quero citar três fases, três acordos que os EUA conseguiram: os acordos de Camp David, o acordo com a Jordânia e os Acordos de Oslo com a Autoridade Palestina. Chegamos a ver o resultado dessa política genocida contra o povo palestino.
Em paralelo, tivemos o campo da resistência, que permaneceu na luta e na resistência contra o projeto colonial e sionista da nação árabe. Isso culminou com o 7 de outubro, que enterrou um período de entrega, de resistência e de vassalagem dos povos árabes. E aqui, foram protagonizados pela resistência palestina, protagonizados pelo Hamas, o Movimento de Resistência Islâmica na Palestina.
No momento atual, ocorrem duas narrativas em que partes das esquerda permanecem naquele discurso vazio de taxar a resistência palestina como ação terrorista, e é aqui que estão equivocados. A esquerda que ainda permanece nesse discurso precisa descer logo dessa escada e precisa assumir de forma clara e transparente o direito de qualquer povo que está sob domínio, o direito legítimo de resistência à ocupação, à opressão, inclusive com as armas.
Por isso, nos encontramos e nos aliamos ao PCO. Pela firmeza, pela clareza de expor. A guerra em Gaza tende a terminar, mas uma coisa que tem que sair de forma clara e transparente é a posição política das esquerdas. Não renunciarem ao direito dos povos de resistirem diante das forças colonialistas e imperialistas. É um direito sagrado, seja para qualquer povo. Esse é o resultado político que queremos tirar de tudo que aconteceu na Faixa de Gaza.”