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Editorial

O brasileiro não pode mais ser escravizado pelos impostos

O governo só teria a ganhar se revertesse o arrocho tributário e enfrentasse o desequilíbrio fiscal onde ele realmente tem impacto: nas transferências trilionárias aos banqueiros

O próprio ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já reconheceu que “o Brasil é o país com a maior quantidade de taxas e impostos diferentes do mundo”, sendo “difícil explicar esse sistema tributário”. A frase foi dita em 2015, quando o ministro era prefeito de São Paulo e demonstrava maior sensibilidade com o drama da pesada carga tributária que escraviza o povo brasileiro. Como ministro, sua política é outra, como pode ser observada pela proposta da equipe econômica aprovada no Senado no último dia 5, prevendo a taxação de 20% sobre compras internacionais de até ridículos US$50.

A direita, é claro, foi a desforra, batizando-a de “taxa da blusinha”, nome difundido até pelos órgãos de imprensa imperialista como Globo e Folha de S. Paulo. O imperialismo não tem objeção alguma à proposta, muito pelo contrário, mas aproveitou o flanco aberto para atacar a medida impopular, fazendo questão de destacar o valor irrisório das compras, particularmente populares entre um setor mais pobre da pequena burguesia.

Via de regra, um governo atento aos interesses do povo deve cobrar tributos de produtos importados e estimular sua produção local. Não é, no entanto, o que ocorre aqui. Esse fenômeno fica explícito quando se observa que o imperialismo reagiu rapidamente com a máxima agressividade a tentativas de proteção da indústria nacional, mas liberou seus parlamentares para aprovarem a medida em uma das casas parlamentares, restando agora a Câmara dos Deputados confirmar a aplicação da taxa.

O valor irrisório das compras submetidas à taxação somada com a reação da direita não deixa dúvidas de que a incidência de tributos sobre os importados é um ataque contra o povo, em favor dos grandes capitalistas. Nenhuma indústria nacional se beneficiará do arrocho tributário, mas os setores mais pobres da classe média, que já vivem com a corda no pescoço, serão penalizados.

A população brasileira, cada vez mais, trabalha para pagar impostos, tornando-se escrava de um sistema econômico destinado a esmagar as massas trabalhadoras e que tem na política tributária um instrumento da rapina contra o povo. Ao contrário do que dizem os defensores do “Estado grande”, isso não decorre da necessidade de melhorar os serviços públicos para as famílias brasileiras, mas porque os bancos precisam do dinheiro dos impostos para sobreviver.

Metade da renda nacional é absorvida pelos tributos. Mais da metade desses tributos são roubados dentro da lei pelos bancos, a título de rolagem de uma dívida inexplicável, exceto pela pura picaretagem dos tubarões do capitalismo mundial, que não sobreviveriam sem o assalto aos cofres públicos.

O brasileiro já é o povo que mais paga impostos no mundo. Fora eles, ainda temos as elevadíssimas e crescentes taxas de energia elétrica, telefonia e combustíveis, gerando lucros extraordinários aos capitalistas estrangeiros, que, como verdadeiros vampiros, sobrevivem graças à pirataria contra as famílias trabalhadoras do Brasil, em um sistema econômico totalmente corroído e em franca decomposição.

O governo só teria a ganhar se enfrentasse o problema do desequilíbrio fiscal onde ele realmente tem impacto, que é nas transferências trilionárias dadas aos banqueiros. A manutenção dessa política impopular, de taxar compras feitas por pobres, só irá desmoralizar o governo entre os trabalhadores, tornando-o um alvo fácil dos mesmos vampiros que se beneficiam da desgraça e da miséria do povo. Uma guinada na política econômica para tirar o ônus da crise dos ombros dos trabalhadores e jogá-la para os banqueiros é urgente.

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