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Forças Armadas

O alistamento feminino obrigatório

Recentemente, surgiu um boato de que o Brasil implementaria o recrutamento forçado de mulheres a partir de 2025

Recentemente, surgiu um boato de que as Forças Armadas do Brasil permitiriam o alistamento militar obrigatório de mulheres a partir de 2025. Atualmente, as mulheres podem integrar as Forças Armadas depois de passarem, por exemplo, pelas escolas de formação de oficiais e não por meio de alistamentos aos moldes daqueles oferecidos aos homens.

Na última edição do programa Análise Internacional, transmitido pelo Diário Causa Operária, o comentarista Rui Costa Pimenta, presidente nacional do Partido da Causa Operária (PCO), abordou essa questão, destacando alguns pontos importantes.

Segundo ele, a igualdade de direitos é um avanço dos tempos, mas quando se trata de questões militares, como por exemplo, colocar uma jovem de 18 ou 19 anos em um posto de sentinela em áreas de alto risco, a situação se complica. Ele citou exemplos históricos, como a União Soviética durante a Segunda Guerra Mundial, quando mulheres desempenharam papéis significativos nas forças armadas, mas ressaltou que, em termos operacionais modernos, muitos países evitam enviar mulheres para a linha de frente.

Embora a ideia de igualdade seja positiva e propagandisticamente atraente, a prática revela dificuldades substanciais. Em conflitos recentes, como o de “Israel” em Gaza e a guerra na Ucrânia, a participação operacional de mulheres tem sido limitada. Pimenta aponta que, mesmo em situações em que mulheres são enviadas ao campo de batalha, o impacto na sociedade ao enfrentar baixas femininas é um fator sensível e amplamente discutido.

Sob o capitalismo, o exército é considerado uma ferramenta da burguesia, utilizada para manter a ordem existente e proteger os interesses da classe dominante. Karl Marx e Friedrich Engels argumentavam que o Estado, incluindo suas forças armadas, é essencialmente um mecanismo de coerção usado por uma classe para subjugar outra.

Vladimir Lênin expandiu essa análise, enfatizando a necessidade de destruir o antigo aparato estatal burguês, incluindo o exército, para construir um novo Estado socialista. Lenin argumentava que a revolução proletária deve desmantelar as instituições repressivas do antigo regime e substituí-las por uma nova estrutura que sirva aos interesses da maioria trabalhadora. Ele defendia a criação de um exército revolucionário do povo, composto por trabalhadores e camponeses, que protegeria as conquistas da revolução e garantiria a defesa do Estado socialista contra ameaças internas e externas.

O Estado soviético investiu em serviços sociais, como creches e licença-maternidade, para aliviar a dupla carga de trabalho doméstico e produtivo que muitas mulheres enfrentavam. Além disso, as mulheres foram estimuladas a ingressar em profissões tradicionalmente dominadas por homens e a participar ativamente no Partido Comunista e em outras organizações políticas.

As mulheres desempenharam papéis importantes na defesa do Estado socialista, tanto no Exército Vermelho durante a Guerra Civil Russa quanto na Segunda Guerra Mundial.

Após a Revolução de Outubro de 1917, a Rússia mergulhou na Guerra Civil, um conflito sangrento entre os bolcheviques (Vermelhos) e uma coalizão de forças anti-bolcheviques (Brancos). Durante esse período, as mulheres assumiram várias funções dentro do Exército Vermelho e em apoio à causa revolucionária. Muitas mulheres se juntaram às fileiras do Exército Vermelho como soldados combatentes. Elas lutaram nas trincheiras, participaram de batalhas e desempenharam papéis em unidades partidárias. Exemplos notáveis incluem Maria Bochkareva, que organizou e liderou o Batalhão da Morte das Mulheres, uma unidade de combate composta exclusivamente por mulheres. As mulheres também foram fundamentais nos serviços médicos do Exército Vermelho. Elas serviram como médicas, enfermeiras e assistentes de campo, cuidando dos feridos e doentes, muitas vezes em condições extremamente difíceis e perigosas. Além das funções de combate e médicas, as mulheres desempenharam papéis importantes na logística e no suporte ao esforço de guerra. Elas trabalharam na produção e distribuição de suprimentos, munições e alimentos, essenciais para a manutenção das forças armadas no campo de batalha.

Durante a Segunda Guerra Mundial, conhecida na União Soviética como a Grande Guerra Patriótica, as mulheres soviéticas lutaram em quase todos os aspectos do esforço militar. Elas serviram como franco-atiradoras, pilotos, sapadoras, operadoras de tanques e em outras funções de combate direto. Uma das mais famosas franco-atiradoras foi Lyudmila Pavlichenko, que abateu 309 soldados inimigos. As mulheres também fizeram história na aviação soviética. A “Esquadrilha das Bruxas da Noite” (46º Regimento de Bombardeio Noturno Taman) foi um grupo de pilotos mulheres que realizou bombardeios noturnos contra as forças alemãs. Essas aviadoras eram conhecidas por sua bravura e habilidade, apesar das dificuldades extremas. Muitas mulheres participaram do movimento partidário, engajando-se em operações de guerrilha contra os ocupantes nazistas. Elas desempenharam papéis cruciais em sabotagens, espionagem e apoio logístico às forças regulares soviéticas.

Novamente, as mulheres foram indispensáveis nos serviços médicos militares. Elas trabalharam em hospitais de campanha, evacuação de feridos e na reabilitação dos soldados, muitas vezes sob fogo inimigo. Além dos papéis diretamente relacionados ao combate, as mulheres também foram fundamentais na indústria de guerra. Elas trabalharam em fábricas de armamentos, construíram fortificações e participaram de todas as formas de produção necessárias para sustentar o esforço de guerra.

A participação das mulheres no Exército Vermelho foi um marco significativo na luta pela emancipação feminina. No entanto, a inclusão das mulheres nas forças armadas atuais, especialmente em Estados burgueses, apresenta uma série de riscos e contradições que devem ser considerados.

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