O xeque do imperialismo no Oriente Médio aconteceu em 1979 quando aiatolá Khomeini decretou a República Islâmica do Irã e acabou com a monarquia de mais de 2 milênios que havia se tornado um dos principais baluartes do imperialismo na região. O xá Reza Pahlevi fugiu e nunca mais voltou. Um novo tabuleiro se montou e agora o jogo se tornou expulsar o imperialismo do Oriente Médio. Para quem joga essa partida há 45 anos, a última semana de espera pelo ataque do Irã a “Israel” não foi nada.
Para quem não compreendeu ainda do que se trata esse editorial, o tema em questão é o que fará o Irã diante do gigantesco atentato a sua soberania nacional que foi o assassinato de Ismail Hanié, principal líder político do Hamas, em Teerã, capital persa. Obviamente o Irã deve atacar “Israel” até mesmo para manter a sua segurança, se nada for feito os sionistas irão atacar mais uma vez. Mas dez dias se passaram e ainda não houve ataque. A imprensa inclusive começou a discutir se o Irã não desistiu. Os mais ousados falam que o Irã se acovardou diante da força do imperialismo. Essa não é a realidade.
A grande questão é que o Irã, e todo o Eixo da Resistência, estão vencendo a guerra contra “Israel” na atual conjuntura. Pode não parecer para os leigos, mas cada dia que passa dessa guerra “Israel” se enfraquece ainda mais. Ou seja, time que está vencendo não se muda. O grande esforço de “Israel” é mudar essa realidade, conseguir fazer o Irã se expor para ser atacado pelo imperialismo. O desafio então é fazer a movimentação perfeita em que a retaliação será dada, mas sem que a guerra mude de essência.
O Irã então espera todas as peças se articularem para preparar a resposta certeira. Primeiro todas as reuniões foram feitas, inclusive com os russos. Os norte-americanos se movimentaram, mandara navios e tropas para Oriente Médio. “Israel” entrou em alerta máximo e sofreu alguns ataques do Hesbolá, o que já são testes para o que está por vir. A própria espera é parte da resposta, pois deixa tudo em suspensa e coloca o Irã como a força principal da região, todos aguardam sua iniciativa.
Quando a movimentação chegar, ela será precisa, e terá o impacto desejado pelos iranianos. Foi isso que fizeram em abril de 2024 quando realizaram a operação Promessa Cumprida. A diferença é que agora, como eles prometam, a retaliação será mais dolorosa. O sionismo apenas perde, tanto com a espera, em que se ele desmoraliza ainda mais, quanto com a resposta em si, que o mundo inteiro aguarda ansiosamente.