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São Paulo

Novo apagão: ENEL não dá conta nem da garoa paulistana

Depois de uma semana do apagão que deixou 3 milhões de casas sem luz em virtude de fortes chuvas, um novo apagão é registrado depois de chuvas moderadas

No último sábado (19), após chuvas moderadas, 14 mil casas ficaram sem energia elétrica na capital paulista e na Grande São Paulo. Até o fechamento desta edição, os serviços de fornecimento de energia elétrica ainda não haviam retornado aos moradores das cidades como Barueri, São Bernardo do Campo e Mauá. Pouco mais de uma semana antes, um apagão afetou mais de 3 milhões de residências na mesma região, a desculpa naquele momento foram as chuvas fortes, mas e agora qual será? Analistas da imprensa burguesa chegaram a responsabilizar a Enel, mas não tocaram nem de longe no problema da privatização.

Os apagões, não somente em São Paulo, mas por todo Brasil têm sido recorrentes. Em 2023, depois de parte da Eletrobrás ser entregue para os golpistas das Lojas Americanas, milhões de pessoas nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais também ficaram no escuro, supostamente por uma falha. Em 2020, grande parte da população do Amapá ficou por quase 30 dias sem energia elétrica em virtude da explosão na subestação da Companhia Hidrelétrica do São Francisco e, apesar de ter sido privatizada, os custos de reparação ficaram na conta da população.

Em São Paulo, esses não foram os únicos apagões neste ano, foram registrados pelo menos outros quatro grandes incidentes, sendo o de março o maior afetando 4 milhões de casas, uma parte das residências ficou quase uma semana sem energia elétrica. A desculpa de que são as chuvas já não convencem até porque todos os anos chove, assim o governo de São Paulo fala em multar a empresa e em revogar a concessão, mas, assim como a imprensa que noticia, ninguém toca no problema da privatização.

Antes da Centrais Elétricas de São Paulo ser privatizada, a mesma foi dividida em quatro partes, e a mais rentável manteve o nome Eletropaulo que foi abocanhada pelo grupo espanhol Endesa. Esse crime contra a população de São Paulo aconteceu em 2004 durante o governo de Mário Covas, um tucano que muitos políticos da esquerda consideravam democrático. O fatiamento das estatais antes de sua entrega foi uma prática comum do PSDB, o mesmo fez Fernando Henrique Cardoso na época com a Telebrás.

Os capitalistas através de seus representantes na política e por meio da imprensa buscam defender a tese de que a privatização seria o remédio para ineficiência dos serviços administrados pelo estado, porém a experiência tem demonstrado de maneira cristalina que a privatização, na verdade, é um câncer. Evidentemente, as empresas públicas sofrem sabotagens com a finalidade de serem entregues ao interesse privado que são antagônicos aos interesses da população.

A entrega das empresas públicas representa um ataque aos trabalhadores que são demitidos e terceirizados com menos direitos, os serviços para a população são precarizados como consequência direta desse ataque e os preços sofrem aumento. Tudo isso leva a otimização do lucro, o problema é que a falta de investimento e interesse único no lucro leva a destruição dos total dos serviços como se verifica em diversas áreas. O mesmo deve acontecer com a Sabesp recentemente privatizada pelo governador Tarcísio de Freitas.

Não há outra solução que não seja a estatização de todos os serviços fundamentais para a população. É preciso organizar a população e mobilizar pela reestatização da Enel e de todas as empresas estatais entregues aos capitalistas. Todos os serviços essenciais para a população deve estar sob os controle dos trabalhadores.

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