Os Jogos Olímpicos são um dos maiores eventos esportivos do planeta, tendo um alcance global e fazendo movimentar diversos mercados como turismo, materiais esportivos, comunicações, etc. Todos os países se empenham em torcer por seus atletas e se emocionam com os resultados positivos de seus países.
No entanto, essa não é a única questão em jogo. Para muitos países, os jogos também são uma vitrine da eficiência de seu regime e de sua capacidade de formar atletas vencedores.
Nesse sentido, a superioridade nos esportes seria uma ferramenta importante para o imperialismo atestar a sua dominância sobre o restante do mundo. Os EUA procuram sustentar essa dominação, mas no último período, isso tem se provado cada vez mais difícil.
A pontuação de países como China, Rússia e, em certas épocas, até Cuba, sempre se destacou, botando em questão a suposta eficiência dos países imperialistas. Para contornar essa situação, os EUA, como sempre, realizam uma verdadeira fraude na hora de divulgar para sua população os seus resultados.
No quadro de medalhas oficial, o país que fica no topo da tabela é aquele que tem o maior número de medalhas de ouro. No momento atual, esse país seria a China, que possui 16 medalhas de ouro. No entanto, o quadro de medalhas apresentado pelos norte-americanos, o critério é outro. Eles classificam de acordo com o número total de medalhas conquistadas pela federação. Então, apesar de terem conquistado 14 medalhas de ouro, 2 a menos que os chineses, na imprensa norte-americana, os EUA estão em primeiro lugar no quadro por terem um número maior de medalhas em geral (61 contra 37 dos chineses), o que vai contra a classificação oficial da competição.
Essa manobra dos norte-americanos demonstra a dificuldade que eles têm em superar a China, um país atrasado. É preciso destacar também o golpe do Comitê Olímpico Internacional contra a Federação Russa, conhecida por sempre conquistar um grande número de medalhas. Sob o pretexto de castigá-los pela ação militar realizada contra a OTAN em solo ucraniano, o COI proibiu os russos de participarem das Olimpíadas.
No entanto, essa não foi a primeira vez que a Federação Russa foi injustamente eliminada da competição. Desde 2016, o imperialismo já vinha articulando essa expulsão dos russos. Na edição do Rio de Janeiro, devido a um suposto escândalo envolvendo exame de doping, a Federação Russa havia sido punida e não pôde usar sua bandeira nas competições de competições de atletismo, remo e levantamento de peso.
Na edição seguinte, de Tóquio 2021, a punição contra os russos foi ainda maior. Os atletas participaram sob a bandeira do Comitê Olímpico Russo, não podendo hastear sua bandeira nacional e nem ouvir o hino nacional russo ao serem vitoriosos. A acusação era que o estado nacional russo estaria se utilizando de drogas aumentadoras de desempenho de forma sistemática em seus atletas. Mesmo com essa perseguição, o país ficou em quinto lugar no quadro de medalhas oficial, mostrando a sua superioridade.
O caso atual é ainda mais absurdo. Devido à operação militar russa na Ucrânia, o país não pode participar das Olimpíadas, com seus atletas tendo que ingressar como “neutros” na competição, o que reduziu o número de atletas russos olímpicos para apenas 17 participantes, algo realmente escandaloso.
A arbitrariedade é gritante. Se os russos não podem participar por causa da guerra na Ucrânia, então por que “Israel”, perpetrador de um genocídio criminoso na Faixa de Gaza não está também desclassificado? A resposta é simples, a sua guerra é apoiada pelo imperialismo. Pelos critérios utilizados, também se deveria considerar a punição contra a própria federação norte-americana, que promove guerras e golpes de estado em todo o planeta todos os anos. A questão das drogas que aumentam desempenho dos atletas também deve ser discutida. Será mesmo que os norte-americanos não as utilizam também para obterem o resultado que têm? Isso nunca se saberá. O que se sabe é que, para manterem-se no topo do quadro de medalhas, precisam adulterar os resultados e eliminarem seus adversários mais fortes de forma arbitrária.