A partir das 17h desta sexta-feira, 5 de abril, manifestantes se concentraram na Candelária, no Rio de Janeiro, para demonstrar seu apoio ao povo palestino, que luta bravamente contra o Estado nazista de “Israel”. O ato, convocado pelo Partido da Causa Operária (PCO) e pela comunidade xiita, teve uma caminhada, que contou com bandeiras da Palestina, das forças de resistência que estão lutando em Gaza e faixas exigindo o fim das relações diplomáticas entre Brasil e “Israel”.
O Comitê de Solidariedade à Palestina do Rio de Janeiro também marcou presença no ato, assim como a Bateria Zumbi dos Palmares, organizada pela juventude do PCO. “Os xiitas se mostraram realmente empenhados em organizar o ato”, afirmou Vinicius Rodrigues, militante da organização trotskista. Segundo ele, o ato foi acompanhado por uma emissora de televisão turca.
A manifestação no Rio de Janeiro fez parte do dia de mobilização internacional em defesa de al-Quds (Jerusalém). Criada em 1979, logo após a revolução iraniana, a data tem sido celebrada todos os anos como um dia de manifestação contra os inimigos dos povos árabes e muçulmanos. O dia de al-Quds é comemorado sempre na última sexta-feira do Ramadã, o nono mês do calendário muçulmano.
Neste ano, especificamente, as forças envolvidas na luta pela libertação da palestina fizeram um chamado internacional para a mobilização contra o sionismo.
No Irã, milhares de pessoas saíram às ruas em apoio ao povo palestino. As manifestações coincidiram com a chegada dos corpos dos iranianos que foram mortos em Damasco dias antes, no ataque aéreo israelense que destruiu o seu consulado na capital síria. Os protestos fundiram-se com um cortejo fúnebre para os mortos no ataque israelense a Damasco.
Altos funcionários participaram dos comícios no Irã, incluindo o comandante da Força Quds da Guarda Revolucionária, Esmail Qaani, e o ministro da Defesa iraniano, Mohammed Reza Ashtiani. Ziad al-Nakhala, secretário-geral do movimento Jiade Islâmica Palestina, e Abu Fadak al-Mohammadawi, chefe do Estado-Maior da Unidade de Mobilização Popular Iraquiana (PMU), também participaram das comemorações no Irã.
“As facções de resistência permanecem unificadas sob o princípio da Unidade dos Campos de Batalha, do Irã ao Iraque, Iêmen, Palestina, Líbano e Síria, contra a ocupação israelense”, disse Nakhala à emissora libanesa Al Mayadeen durante a marcha.
No Líbano, o líder supremo do Hesbolá, Hassan Nasseralá, proferiu um discurso em apoio ao povo palestino, acompanhado por milhares de pessoas. No Iêmen, ocorreu uma das maiores manifestações do mundo. “Renovamos o nosso compromisso de fidelidade a Deus, ao seu mensageiro, e à nossa abençoada liderança no nosso compromisso com o apoio ao povo palestino”, disse uma declaração emitida pelos organizadores das manifestações no país árabe.
Na Síria, o Comitê Permanente para o Dia de al-Quds organizou um evento comemorativo no campo de refugiados de Yarmouk, na capital síria, Damasco. Vários líderes de facções e partidos da Resistência na Síria, bem como delegações diplomáticas e clérigos, participaram no evento, que incluiu discursos de figuras-chave e uma marcha de banda.
Na Jordânia, os manifestantes cercaram mais uma vez a Embaixada de “Israel”, na capital Amã, em protesto. No Barém, manifestantes se reuniram em torno da Mesquita Imam al-Sadeq, exigindo a anulação do tratado de normalização entre o seu governo e o regime sionista.
Outros países que registraram importantes manifestações foram a Malásia, a Indonésia, o Paquistão e a Nigéria.
Hoje
Hoje, em São Paulo, acontecerá mais uma manifestação, seguindo o caminho aberto pelas manifestações do dia de al-Quds. O ato em São Paulo, convocado pelo Partido da Causa Operária (PCO), servirá para registrar o protesto contra o genocídio na Faixa de Gaza e, ao mesmo tempo, para celebrar o período de intensas atividades organizadas pelo Partido durante o período do Ramadã. A manifestação, que também é endossada pela Ibraspal e pelos Comitês de Luta, terá início às 12h, na Praça Oswaldo Cruz, na Avenida Paulista.
O ato ocorrerá em um momento decisivo para o movimento de apoio ao povo palestino no Brasil. Após algumas manifestações ocorridas em outubro e novembro de 2023, os atos de rua em São Paulo, principal centro político do País, deixaram de acontecer. Por isso, a manifestação também cumprirá o papel de reagrupar as forças envolvidas na luta pela Palestina livre para que o movimento atinja uma etapa superior nas próximas semanas.