Nikki Haley, do Partido Republicano, enfrentou uma derrota galopante nas primárias do Partido em Nevada na última quarta-feira (7). A derrota foi para a opção “nenhum desses candidatos”, tendo em vista que Donald Trump não estava na cédula das votações.
O caso demonstra a profunda crise envolvendo as eleições nos Estados Unidos. Trump, o candidato que o principal setor do imperialismo não quer que ganhe, está extremamente forte, o que explica o resultado vergonhoso de Haley.
“Estamos em plena campanha eleitoral e, nela, a verdade se evapora. A vantagem do Trump é muito grande e o governo norte-americano está, do ponto de vista internacional, numa encurralada que é difícil de sair.
Estão bombardeando o Iraque, o Iêmen, a Síria, enviando armas para Israel que está bombardeando milhares de pessoas na Faixa de Gaza. Joe Biden recebeu o apelido de Genocide Joe, ou seja, está feio o negócio. O Trump não tem uma política neoliberal. Ele mesmo já expôs que sua política é de repatriação da empresa norte-americana, assim como a política de restringir a migração. Ele fez um aceno grande para a classe operária tradicional norte-americana”, declarou Rui Costa Pimenta em programa na Rádio Causa Operária na última terça-feira.
“É interessante que o pessoal levantou a palavra de fascismo e a esquerda abandonou todas as suas bandeiras de luta contra o imperialismo, contra o neoliberalismo e contra tudo. Os golpes na América do Sul já são sucessivos com Biden. Sob Obama, teve golpe até no Brasil. Não acho que o Trump aumentaria mais do que está tendo hoje, que nós temos o Milei, o Peru, o Equador e uma possibilidade de golpe na Colômbia”, continuou o dirigente nacional do PCO (Partido da Causa Operária).
Nikki Haley, ex-governadora da Carolina do Sul, enfrentou uma derrota nas primárias republicanas em Nevada, de acordo com projeções da CNN. Mesmo sem a presença do ex-presidente Donald Trump na cédula, a opção “nenhum desses candidatos” atraiu mais votos do que Haley. A CNN estimou que 62,9% dos eleitores republicanos optaram por “nenhum desses candidatos”, enquanto apenas 30,8% votaram em Haley. Este resultado reflete a preferência dos eleitores republicanos por Trump em Nevada, onde é possível rejeitar todos os candidatos nas urnas. Apesar de ter ficado em segundo lugar em Nevada, Haley ainda deverá ser declarada vencedora, uma vez que uma lei estadual estabelece que apenas os votos dados aos candidatos nomeados serão contados para determinar o resultado.
As primárias em Nevada têm pouco peso devido às peculiaridades do sistema eleitoral americano, pois os delegados, que desempenham um papel crucial na escolha do candidato, são premiados através de um processo chamado “caucus”, organizado pelo próprio partido republicano, e não pelas autoridades estaduais. Trump, ciente dessa dinâmica, incentivou os eleitores a participarem do caucus, ignorando as primárias.
O imbróglio que resultou em dois eventos eleitorais distintos é resultado de um conflito entre o Partido Republicano estadual, liderado por aliados de Trump, e uma lei estadual de 2021 que exige a realização de uma primária. Os caucus de indicação presidencial são conduzidos pelas divisões estaduais dos partidos, não pelo próprio estado, e o partido republicano de Nevada, simpático a Trump, decidiu manter a votação em 8 de fevereiro apesar da exigência da lei sobre a primária.