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Ditadura nas redes sociais

Netflix remove filmes palestinos de seu catálogo

Quanto maior a crise do imperialismo, maior é a censura, o ataque a liberdade de expressão e a tentativa de apagar a história de toda uma população

O lobby sionista, espalhado pelo mundo, financiador de plataformas de transmissão, redes sociais e grandes órgãos de comunicação de massa, trabalha arduamente para controlar e censurar qualquer apoio ao povo palestino em todos os cantos.

Segundo matéria publicada pelo órgão iraniano PressTV, em inglês, a pressão do lobby sobre a Netflix (plataforma de transmissão de produções audiovisuais) causou a retirada de pelo menos 24 filmes de seu catálogo e levou ao cancelamento da seção “Palestinian Stories”. A empresa alega apenas que as licenças para exibição dos vídeos expiraram. A pergunta é: seria isso apenas coincidência?

Em uma guerra, a primeira a morrer é a verdade. Quando se trata de um conflito tão desigual e desproporcional — palestinos contra o imperialismo —, tentam não apenas sufocar a verdade, mas também impor sua versão dos fatos. Qualquer material que ofereça um mínimo de verdade ou revele a realidade dos palestinos, dentro e fora do maior campo de concentração a céu aberto do mundo, deve ser eliminado.

Segundo a PressTV, ao acessar a página da coleção “Histórias Palestinas” com um endereço IP (código que identifica a localização de quem acessa uma página na internet) israelense, a categoria inteira parece desaparecer, com a URL (endereço eletrônico que direciona o usuário a uma página específica na internet) redirecionando para uma página de erro 404. A página antes incluía 28 filmes. Entre os títulos notáveis removidos estão Filhos de Shatila, de Mai Masri, e Ave Maria, de Basil Khalil.

Carta de organizações contra o lobby e pedido de reintegração dos vídeos na plataforma

Trinta organizações pró-Palestina emitiram uma carta pedindo a reinclusão dos filmes na plataforma. Uma das organizações, Freedom Forward, ressaltou que, dada a “realidade horripilante” em Gaza, a Netflix deveria promover — e não excluir — filmes palestinos para que o maior número possível de pessoas entenda o cotidiano daqueles que vivem sob ocupação militar israelense há quase 80 anos.

“Esse apagamento das vozes palestinas pela Netflix segue décadas de supressão de perspectivas palestinas por empresas de notícias e entretenimento ocidentais”, dizia um trecho da carta.

“Como a Netflix justifica a remoção de tantos filmes feitos por ou sobre palestinos, uma das comunidades politicamente mais marginalizadas do mundo, especialmente em um momento em que os palestinos enfrentam genocídio em Gaza?”, questionaram os grupos de direitos humanos na carta. “Organizações de lobby pró-Israel pressionaram a Netflix a excluir esses filmes de ou sobre palestinos?”

Pessoas cancelam suas assinaturas da Netflix em protesto

Segundo a PressTV, um usuário do X, conhecido como “CryptoCaliph”, anunciou que cancelou sua assinatura da Netflix, citando o “racismo sionista e genocídio” promovidos pela plataforma como motivo. “A Netflix removeu todos os filmes e vozes palestinas de sua biblioteca. Cancelei a assinatura instantaneamente. Qual é o motivo do cancelamento? ‘Racismo e genocídio sionista’.”

“Estão tentando apagar a Palestina culturalmente — a polícia de Nova Iorque confiscando [apresentações] músicas e impedindo dançarinos de dabke (dança folclórica palestina realizada em grupo), a Netflix removendo filmes palestinos de sua plataforma. Amplifique artistas, escritores e a cultura palestina. Cancele sua conta na Netflix”, escreveu outro usuário, Abier Khatib.

O usuário Shahnon Salleh, além de criticar a decisão da plataforma, alertou que os filmes que permanecem sobre povos árabes reproduzem estereótipos, retratando os palestinos de forma negativa e reforçando a visão de que são “terroristas”.

“Filmes que mostram as realidades cotidianas do Apartheid e da ocupação, como The Present, já não existem mais”, escreveu ele. “O pior é que os únicos filmes sobre palestinos disponíveis na Netflix agora são aqueles que os retratam como terroristas. A Netflix é cúmplice”, acrescentou.

“Se você ainda assina a Netflix, está financiando ativamente a eliminação da Palestina”, declarou o usuário Jonny Graz. Outro comentou: “A Netflix removeu 30 filmes palestinos de seu catálogo porque assistir a filmes feitos por palestinos é considerado antissemita”.

Apagamento da história e ataque à liberdade de expressão

A tentativa de censura e cancelamento por parte de entidades ligadas ao imperialismo contra defensores da Palestina não é segredo para ninguém. Veja-se o caso do PCO e sua imprensa. Contra o Partido, há vários processos sionistas pela defesa dos palestinos e da resistência armada na região. Este Diário Causa Operária vive sob constantes ataques de hackers e programas virtuais para tentar desestabilizar o sítio.

O canal no YouTube da Causa Operária TV, está novamente censurado, sendo forçado a usar outras plataformas como o X, para transmitir sua programação diária. Vale lembrar que há anos, o PCO utiliza o YouTube para transmissões, mas, diante da escalada da censura e da perseguição, a situação piorou ainda mais.

Por fim, fica evidente: quanto mais em crise o imperialismo, seja no campo de batalha, seja na visão dos povos do mundo, que assistem a um genocídio ao vivo, orquestrado por “Israel” e financiado pelos Estados Unidos, mais eles intensificam a ofensiva contra os palestinos. Duas dessas ofensivas são o ataque à liberdade de expressão e a tentativa de apagar a história daqueles que lutam por liberdade e por suas terras contra o ocupante.

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