A medida de censura ocorre, pois o Haaretz, que representa outro setor do sionismo, vem realizando críticas contra Netaniahu e seu governo. Segundo Shlomo Karhi, o ministro das comunicações, a proposta de boicote contra o jornal foi aprovada por unanimidade pelos outros ministros. Em declaração, Karhi disse: “Não permitiremos uma realidade em que o editor de um jornal oficial do estado de Israel peça a imposição de sanções contra ele e apoie os inimigos do estado em meio a uma guerra e seja financiado por ele”, acrescentando que “defendemos […] a liberdade do governo de decidir não financiar incitação contra o estado de Israel”.
Em declaração do próprio governo Netaniahu, o pretexto para o boicote financeiro ao Haaretz foi que “muitos editoriais que prejudicaram a legitimidade do estado de Israel e seu direito à autodefesa” teriam sido publicados pelo jornal, acrescentando que “comentários feitos em Londres pelo editor do Haaretz, Amos Schocken, que apoiam o terrorismo e pedem a imposição de sanções ao governo” tiveram peso significativo na decisão. A declaração do governo faz referência a discurso feito pelo editor do Haaretz em outubro, durante conferência, em que ele disse que o governo Netaniahu é um “cruel regime de apartheid contra a população palestina”, tendo feito posteriormente uma declaração também contra Resistência Palestina, ao declarar que não considera o Hamas um “combatente pela liberdade”.
A aprovação de boicote financeiro a Haaretz, o mais antigo jornal sionista, fundado em 1918, é um sinal da progressiva desagregação de “Israel”, que se acelera a cada dia.