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Editorial

Nem Trump, nem Kamala Harris, por uma política independente

Em meio à disputa eleitoral norte-americana, esquerda pequeno-burguesa se abraça aos assassinos de crianças

A substituição da candidatura do atual presidente norte-americano, Joe Biden, pela candidatura da atual vice-presidente, Kamala Harris, não mudou em nada o conteúdo da disputa eleitoral nos Estados Unidos. De um lado, o Partido Democrata, que dirigiu o Estado norte-americano por 12 dos últimos 16 anos. Do outro, Donald Trump, representante de uma ala relativamente independente do Partido Republicano.

Apesar de o conteúdo ser o mesmo, a mudança na forma forneceu aos setores mais pró-imperialistas da esquerda brasileira um pretexto para apoiar a candidatura democrata. A ex-promotora Kamala Harris, responsável por encarcerar milhares de almas nos calabouços norte-americanos, agora passou a ser uma simpática “mulher negra”. A mesma mulher, que é vice-presidente do homem conhecido como “Zé genocida”, não seria ela própria, segundo esses setores, uma genocida. Mas, sim, alguém preocupado em combater o “fascismo”. É uma política não apenas ridícula, como reveladora: ela mostra porque esses mesmos setores se recusam a levar adiante uma campanha em defesa da Palestina. Não é possível defender, ao mesmo tempo, o povo martirizado da Palestina e os burocratas por trás das bombas que incendeiam a Faixa de Gaza.

E Donald Trump, não é ele mesmo um sionista? Sem dúvidas. Não é ele mesmo um político que defende interesses imperialistas, como as provocações contra China e Venezuela? Sem dúvidas. Assim como Kamala Harris representa uma política genocida, que se choca com os interesses de toda a população mundial, Donald Trump também é um inimigo dos trabalhadores. Também defende o massacre na Faixa de Gaza, também é inimigo da esquerda e dos direitos democráticos. Ambos são, no final das contas, meros representantes das classes sociais que vivem da fome, da miséria, das guerras e de toda a desgraça humana.

Para os trabalhadores, a saída não consiste nem em apoiar a extrema direita, nem a burguesia que se diz democrática. É preciso total independência política para os trabalhadores. É preciso construir uma alternativa às duas faces da máquina genocida imperialista. Uma alternativa que declare guerra aberta aos banqueiros, às petroleiras, à indústria bélica e a todos aqueles que controlam o regime político norte-americano com mão de ferro.

Os amigos de Trump e de Harris jogaram milhões de norte-americanos nas ruas. Os amigos de Trump e de Harris transformaram os Estados Unidos no maior presídio do planeta. Os amigos de Trump e de Harris liquidaram os serviços sociais ao ponto de nem mais existir saúde pública nos Estados Unidos. Os amigos de Trump e de Harris controlam as emissoras de televisão e de rádio, que mentem todos os dias para o povo. Os amigos de Trump e de Harris permitem apenas que dois partidos corruptos até a medula participem das eleições. Os trabalhadores não podem ter qualquer compromisso com esses que são os seus piores inimigos.

Não é o Partido Democrata norte-americano que vai ser derrotado com o crescimento da extrema direita, são os trabalhadores norte-americanos que vão ser derrotados se ficarem a reboque do Partido Democrata. Os banqueiros que hoje apoiam Kamala Harris não têm problema algum de se juntar à extrema direita. Foi assim na Alemanha Nazista, e é assim hoje na França, quando todos os jornais clamam: antes Marine Le Pen que Jean-Luc Mélenchon!

No século XX, diante da pressão da social-democracia para apoiar candidatos burgueses ou pequenos-burgueses, um dirigente revolucionário alemão publicou um folheto que se chamava Nenhum Compromisso: Não aos Acordos Eleitorais. E ele dizia algo que permanece ainda muito atual: pior do que o inimigo declarado são os falsos amigos. Os trabalhadores brasileiros, que fazem greve, que lutam contra a ditadura da burguesia no País, que se revoltam contra os seus patrões, não hão de se iludir com Donald Trump. Mas podem se iludir na medida em que a esquerda faz campanha para os falsos amigos do Partido Democrata. É preciso combater essa política da maneira mais dura possível.

É preciso rejeitar os falsos amigos dos trabalhadores, que, na verdade, são inimigos infiltrados, que vão causar muito prejuízo na luta.

Se antes havia ainda alguma ilusão de que a candidatura do Partido Democrata representaria um “mal menor” diante da extrema direita, agora nem mesmo essa justificativa pode ser utilizada. Não há mal maior que os crimes de guerra cometidos por Benjamin Netaniahu e o Partido Democrata norte-americano na Faixa de Gaza.

Qualquer concessão a Kamala Harris não mais pode ser vista como uma ilusão no “imperialismo democrático”. É uma adesão ao imperialismo. É mergulhar no sangue derramado por dezenas de milhares de crianças palestinas.

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