O governo de Lula, cada vez mais acuado pelo imperialismo, está se afundando em uma política econômica desastrosa, tentando agradar os inimigos que, por sua vez, seguem atacando-o implacavelmente. Recentemente, Marcus Pestana, diretor da Instituição Fiscal Independente (IFI), declarou que o governo Lula “abandonou” a busca pelo equilíbrio fiscal. O economista acusa o governo de gerar um déficit crescente e uma dívida pública que pode alcançar 100% do PIB em 10anos, de modo que o Brasil estaria trocando o gasto presente por dívida futura, sacrificando investimentos em infraestrutura, ciência e tecnologia para garantir o pagamento de juros ao grande capital financeiro. Curiosamente, o tal economista não propõe o que qualquer pessoa preocupada com a população proporia: o calote na dívida pública.
Lula, pressionado pelos banqueiros, vem adotando medidas impopulares e austeras que prejudicam diretamente o povo brasileiro, como cortes em investimentos essenciais. Ao mesmo tempo, tenta desesperadamente manter o crescimento econômico sem desagradar o capital. Porém, como aponta a IFI, as despesas seguem crescendo, alimentadas por aumentos salariais e gastos obrigatórios indexados à inflação.
Enquanto isso, os mesmos setores do capital financeiro que Lula tenta agradar o criticam abertamente. Pestana afirmou que a situação fiscal está longe de estar sob controle e que o governo está “fazendo das tripas coração” para tentar cumprir as metas fiscais. Mesmo com todo esse esforço, a dívida pública segue subindo, e os ataques da elite financeira continuam.
O imperialismo não está interessado em um Lula “moderado” ou “responsável”, disposto a negociar com o mercado financeiro. Eles querem alguém como Javier Milei, na Argentina, que entregaria todo o país ao capital estrangeiro sem pestanejar. Por mais que Lula tente seguir a cartilha fiscal, ele jamais será aceito plenamente pela burguesia e, a cada concessão, afunda mais na desconfiança e nas críticas.
E aqui está o ponto central: enquanto Lula tenta equilibrar a política econômica, cortando investimentos e piorando ainda mais os serviços essenciais para garantir algum nível de estabilidade fiscal, ele está enfraquecendo sua base de apoio popular. Cada vez que o governo corta em obras públicas, infraestrutura ou políticas sociais, ele se distancia daqueles que o elegeram e que esperam respostas concretas para os problemas do País, como a pobreza e o desemprego. Essa política de austeridade não apenas desgasta Lula politicamente, mas abre espaço para a direita crescer, com suas promessas vazias e populistas de “ordem” e “eficiência”.
Ao tentar agradar a direita e o grande capital, Lula tenta, em vão, ganhar o respeito daqueles que o desprezam. Ao invés de ceder às pressões dos banqueiros e das elites econômicas, Lula deveria usar sua posição para enfrentar o capital e defender uma política que beneficie as massas populares, com investimentos maciços em infraestrutura, emprego e saúde. O Brasil está ficando para trás em áreas cruciais, como a tecnologia, porque o governo prefere atender às exigências dos credores internacionais ao invés de priorizar o desenvolvimento nacional.
Esse mesmo comportamento submisso é refletido em outras áreas, como na política internacional. No seu recente discurso na ONU, Lula adotou um tom muito mais favorável ao imperialismo, criticando a Rússia e chamando os combatentes palestinos de “fanáticos religiosos”, ignorando o genocídio em curso na Palestina. A tentativa de agradar a comunidade internacional controlada pelo imperialismo, ao invés de defender de forma firme os interesses dos oprimidos, expressa o mesmo fundamento de sua política econômica: ceder aos inimigos esperando reconhecimento, apenas para ser atacado novamente.
Lula precisa perceber que, quanto mais tenta agradar seus inimigos, mais eles o atacam. Ao mesmo tempo, quanto mais ele se afasta de suas bases populares, mais enfraquecido seu governo se torna, abrindo caminho para o crescimento da extrema direita e preparando o terreno para um golpe. Se Lula continuar nessa direção, o resultado será o fracasso total de seu governo, e ele será lembrado como um presidente que traiu seus princípios e foi desprezado por aqueles a quem tentou servir.
A única saída para Lula é romper com essa política de conciliação com o imperialismo e o capital financeiro e adotar uma política econômica que realmente sirva aos interesses do povo brasileiro.